Topo

Esse conteúdo é antigo

Políticos mostram apoio à liberdade de imprensa em data comemorativa

Ciro Gomes, ex-ministro e presidenciável do PDT - Divulgação
Ciro Gomes, ex-ministro e presidenciável do PDT Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

07/06/2022 15h32Atualizada em 07/06/2022 16h35

Na data em que é comemorado o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, políticos brasileiros citam ataques e manifestam apoio aos profissionais da área. O pré-candidato do PDT para a Presidência da República, Ciro Gomes, citou o caso do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista e servidor da Funai Bruno Araújo Pereira, que estão desaparecidos desde a tarde de domingo (5).

"A liberdade de expressão deve ser defendida por todos os cidadãos, todos os dias, e não apenas por heróis que arriscam suas vidas para informar correta e corajosamente. Que todos nos unamos para ajudar - e defender - Dom, Bruno e todos que defendem a verdade e a justiça", disse.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a liberdade de imprensa é "um dos principais alicerces da democracia". O petista ressaltou que essa máxima deve ser "respeitada pela classe política, e exercida com responsabilidade pelos jornalistas e seus patrões".

Lula disse ter sido vítima "de uma das maiores manipulações da imprensa da história desse país, promovida pelo juiz e os procuradores da Lava-Jato", e destacou que meios de comunicação "podem ser usados na tentativa de destruir reputações", mas garantiu que mesmo assim defenderá "até o fim" a liberdade de imprensa".

"Minha solidariedade aos profissionais que hoje enfrentam agressões verbais e físicas, vazamentos de dados pessoais, ameaças de morte e outras formas de violência. A verdade será sempre maior que as fake news e o ódio", finalizou Lula.

O Brasil ocupa a 110ª posição entre 180 nações em um ranking de liberdade de imprensa, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras. Por isso, a organização classifica a situação do país como "problemática".

A pré-candidata à Presidência pelo MDB, senadora Simone Tebet (MS) citou a escalada nos ataques a profissionais de mídia, e ressaltou que o "jornalismo profissional é imprescindível à democracia". A parlamentar pediu "investigação e punição efetivas" em relação a alertas de ataques aos trabalhadores da área.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), falou no papel da imprensa em informar e investigar o Poder Público. Disse, também, que este é um tema "inegociável" que "se faz ainda mais necessária em meio ao crescente radicalismo, que quer calar aqueles que têm o dever de informar".

"Não irão calar. A democracia, o Estado de Direito e a liberdade de Imprensa irão prevalecer", finalizou.

O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) deu os parabéns a todos os jornalistas que "defendem a informação e a verdade". O político citou que o Brasil "não suporta flertes com o autoritarismo, nem ameaças à imprensa" e que aqueles que fazem isso "têm medo da verdade".

O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União Brasil-SP) falou sobre a importância da liberdade de imprensa para a democracia. No Twitter, ele desejou que "os fantasmas da censura, do segredo sobre informações e do controle social da mídia sejam afastados de nós".

A ex-senadora Marina Silva (Rede) também fez uma publicação sobre a data comemorativa, e transmitiu sua solidariedade principalmente às profissionais mulheres: "que sofreram agressões e ameaças na condição de mulher no exercício dessa importante profissão para a democracia".

Bolsonaro se reúne com Telegram

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu hoje com o vice-presidente do Telegram, Ilya Perekopskiy, e o representante legal da empresa no Brasil, Alan Thomaz. Segundo Bolsonaro, no encontro foram abordados os temas da liberdade de expressão, democracia e "cumprimento da Constituição".

O chefe do Executivo brasileiro tem um vasto histórico de ataques à imprensa. Bolsonaro, por exemplo, acusa jornalistas de mentir, mesmo sem provas. Um levantamento da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) aponta que o presidente foi responsável por 147 ataques à profissionais de imprensa, o que corresponde a 34,19% dos 428 casos registrados.

Além de ataques verbais, Bolsonaro também bloqueia mais de 90 jornalistas em suas redes sociais sob o argumento que são de uso pessoal, apesar de serem usadas quase que exclusivamente para divulgar ações do governo.