Renan critica em buscas no AM e compara com pandemia: 'Demora tira vidas'
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou hoje o trabalho de buscas pelo jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira, desaparecidos há cinco dias no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte (AM), no Vale do Javari. O parlamentar disse que o governo "faz corpo-mole".
Para Renan, esse é o "método" do governo federal, e comparou com os trabalhos na pandemia: "Nos dois casos, a demora tira vidas - sejam duas ou 670 mil", escreveu o parlamentar no Twitter.
O jornalista britânico e o indigenista estão desaparecidos desde 5 de junho. A suspeita das lideranças indígenas é a de que os dois tenham sumido enquanto retornavam para a cidade de Atalaia do Norte (AM) após visitarem a comunidade ribeirinha de São Gabriel (AM).
Hoje, o ministro Luis Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou o governo federal adotar imediatamente "todas as providências necessárias" para a localização do jornalista e do indigenista. O magistrado também determinou que sejam adotadas "todas as medidas necessárias" para garantir a segurança da região do desaparecimento da dupla.
Segundo a decisão do ministro, o governo deve apresentar, em até cinco dias, um relatório com as providências executadas para o cumprimento da decisão.
Sem uma atuação efetiva e determinada do Estado brasileiro, a Amazônia vai cair, progressivamente, em situação de anomia, de terra sem lei. É preciso reordenar as prioridades do país nessa matéria
Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal
O que se sabe sobre as investigações e as buscas
Oito pessoas prestaram depoimento à polícia, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. O MPF (Ministério Público Federal), que abriu investigação do caso, acionou Polícia Federal, Polícia Civil, Força Nacional e Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari.
A equipe de busca e salvamento vasculha os rios Javari, Itaquaí e Ituí desde segunda-feira (6). Militares da Capitania Fluvial de Tabatinga (AM), duas lanchas, uma moto aquática e um helicóptero estão sendo usados nos trabalhos, segundo a Marinha.
Mergulhadores estão no local, mas não chegaram a atuar nos rios, porque não foram encontrados vestígios da embarcação ou sinais de conflitos.
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