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Oposição vai ao MPF após filho de Queiroga dizer representar o governo

 Antônio Cristóvão Neto, filho do ministro da Saúde, com o presidente Jair Bolsonaro - Reprodução/redes sociais
Antônio Cristóvão Neto, filho do ministro da Saúde, com o presidente Jair Bolsonaro Imagem: Reprodução/redes sociais

Do UOL, em São Paulo

14/06/2022 19h30

Senadores e deputados do PT entraram com uma ação no Ministério Público Federal da Paraíba contra o filho do ministro da Saúde, Cristóvão Queiroga, por suposto tráfico de influência e usurpação de função pública. Isso porque o "Queiroguinha", como é conhecido, usou agendas oficias da pasta para se apresentar como um representante do Governo Federal. Ele é também pré-candidato a deputado federal e pode também ser enquadrado em crimes eleitorais.

A denúncia é assinada pelos senadores Paulo Rocha, Humberto Costa, Fabiano Contarato, Jaques Wagner, Jean Paul Prates e Rogério Carvalho, pela senadora Zenaide Maia (essa do PROS) e pelos deputados do PT Erika Kokay, Henrique Fontana e Jorge Solla e Alexandre Padilha.

"Esse governo é uma esculhambação, não há outra conclusão a se chegar. Hoje mesmo, a imprensa divulgou um vídeo em que esse rapaz diz o que o ministro e o que o ministério fará ou deixará de fazer. É impressionante. Por isso, nossa bancada está representando junto ao Ministério Público da Paraíba. É urgente investigar mais esse escândalo do governo federal, que não cansa de nos envergonhar", disse o líder da minoria, senador Jean Paul Prates (PT-RN).

Em uma entrevista concedida à uma rádio da cidade de Sumé, no interior da Paraíba, ele disse que "Nós, enquanto representantes do governo federal, precisamos ter um olhar voltado com muita sensibilidade para essa região, que tem um grande potencial na área social, na área educacional e nos recursos hídricos".

Além de falar em nome do governo, Cristóvão também estaria intermediando encontros de prefeitos com seu pai. Ele é filiado ao PL, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro e assim como o pai busca formação em medicina, na qual é estudante.

Menos de uma semana depois, ao menos três prefeitos que estavam nesse evento em Sumé foram recebidos por Queiroga em Brasília em reuniões fora da agenda oficial do ministro, segundo relataram os próprios participantes do encontro ao jornal O Globo. Os relatos ainda dão conta de que após a reunião o ministro da Saúde enviou dinheiro para os gestores e municípios da região.

Os parlamentares pediram a apuração justamente desses encontros e reuniões de Queiroguinha em nome da Saúde. Procurado pelo UOL, Cristóvão Queiroga não se manifestou.