PF diz que investigará 'possível interferência' em operação no MEC
A PF (Polícia Federal) informou, no início da tarde de hoje (23), que abriu um inquérito para apurar "boatos de possível interferência" na operação Acesso Pago, que mira o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Em nota, a PF não esclarece quais são estes boatos, mas afirma que abriu a apuração para "garantir a autonomia e a independência funcional do Delegado de Polícia Federal", conforme previsto em lei.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o delegado Bruno Calandrini, responsável pela investigação, teria se queixado de um tratamento diferenciado dado pela PF a Ribeiro. Em mensagem a colegas, segundo a Folha, Calandrini reclamou da decisão da cúpula da PF de evitar o translado do ex-ministro a Brasília. Preso em Santos (SP), Ribeiro foi levado à carceragem da PF na capital paulista.
O ex-ministro, que deixou o MEC no final de março por suspeitas sobre a liberação de verbas na pasta, foi preso na manhã de ontem em Santos (SP), mas passou pouco mais de um dia detido.
Hoje, o desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), ordenou a soltura de Ribeiro e dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, suspeitos de articular um "balcão de negócios" na liberação de recursos da pasta.
Calandrini, segundo a Folha, considerou que a decisão de não levar Ribeiro a Brasília atrapalhou as investigações e demonstrou "tratamento diferenciado" dado pela PF ao ex-ministro. Em nota, a PF não cita especificamente as alegações de Calandrini, mas afirma que vai apurar os fatos para garantir a independência funcional do delegado.
"Considerando boatos de possível interferência na execução da Operação Acesso Pago e objetivando garantir a autonomia e a independência funcional do Delegado de Polícia Federal, conforme garante a Lei nº 12.830/2013, informamos que foi determinada a instauração de procedimento apuratório para verificar a eventual ocorrência de interferência, buscando o total esclarecimento dos fatos", afirmou a PF.
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