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Senador critica CPI do MEC: 'Randolfe coordena campanha de Lula'

Colaboração para o UOL

28/06/2022 18h42Atualizada em 28/06/2022 19h07

O senador Marcos do Val (Podemos-ES), integrante da base do governo Jair Bolsonaro (PL) no Congresso, criticou, em entrevista ao UOL News hoje, a proposta de instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os recentes episódios envolvendo o MEC (Ministério da Educação) e a ligação com pastores.

"Necessária sempre é, faz parte da nossa função fiscalizar o Executivo, mas quem está propondo uma CPI é um parlamentar que está conduzindo e coordenando a campanha presidencial de outro candidato. Você tem uma suspeita da posição isenta", disse o parlamentar.

Do Val se refere ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que coordena a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, principal adversário de Bolsonaro na disputa.

"Para mim é muito clara a intenção de desgaste do atual presidente. [...] A gente nunca achar que todo mundo é santo ou culpado. Temos obrigação [de fiscalizar o Executivo], mas o momento é fora de hora", acrescentou o senador.

Senadores da oposição protocolaram hoje, na Secretaria Geral da Mesa do Senado, o requerimento de criação da CPI para investigar supostas irregularidades no MEC. Autor do pedido, Randolfe Rodrigues apresentou o documento acompanhado de deputados federais como Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Ivan Valente (PSOL-SP) e Luiza Erundina (PSOL-SP). A instalação do colegiado depende agora do aval do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Senador defende emendas de relator como impositivas

Durante a entrevista, o senador Marcos do Val, relator da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2023, defendeu a ideia das emendas se tornarem impositivas, assim como as individuais.

"Faço questão que seja transparente e impositivo porque hoje tem o presidente Bolsonaro e a oposição. A oposição pode estar, não tenho certeza, sofrendo desvantagem por ser oposição. Agora, pode ser que, no próximo ano, quem hoje é aliado de Bolsonaro seja prejudicado", disse.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo, porém, aponta que governistas tentam mudar o funcionamento das emendas de relator, base do chamado "Orçamento secreto", para prejudicar Lula.

Hoje existem quatro tipos de emendas: as individuais (que todo deputado e senador têm direito), as de bancada (parlamentares de cada estado definem prioridades para a região), as de comissão (definida por integrantes dos colegiados do Congresso) e as do relator (que permitem que congressistas mais influentes possam abastecer seus redutos eleitorais).

Em discursos recentes, Lula tem indicado que o modelo atual das emendas de relator não deve permanecer em eventual governo do petista. A estratégia de líderes do Congresso seria garantir que as emendas de relator continuem atreladas aos deputados e senadores.