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Senadores do PT acionam STF e pedem quebra de sigilo de Bolsonaro

O senadores pediram que a quebra de sigilo inclua celulares funcionais e chips de Bolsonaro, bem como acesso a dados de aplicativos de mensagens e e-mail - OitoMeia
O senadores pediram que a quebra de sigilo inclua celulares funcionais e chips de Bolsonaro, bem como acesso a dados de aplicativos de mensagens e e-mail Imagem: OitoMeia

Do UOL*, em São Paulo

28/06/2022 21h30

Senadores do PT pediram que o STF (Supremo Tribunal Federal) determine a quebra do sigilo telefônico e telemático do presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido foi feito após o ex-presidente da Petrobras e economista Roberto Castello Branco dizer que possuía mensagens no celular corporativo capazes de incriminar o chefe do Executivo.

Os parlamentares alegam que há elementos que indicam crime de responsabilidade e improbidade administrativa. Os senadores pediram que a PGR (Procuradoria-Geral da República) seja intimada.

O pedido inclui acesso às informações dos celulares funcionais e chips de Bolsonaro e de Castello Branco. Incluindo acesso a dados de aplicativos de mensagens e e-mail. O documento é assinado por Fabiano Contarato, Humberto Costa, Jaques Wagner, Jean Paul Prates, Paulo Rocha, Paulo Paim e Rogério Carvalho.

"O presidente da República deveria ser o primeiro dos cidadãos brasileiros a ter o máximo zelo com tal patrimônio. No entanto, optou por uma atuação contraposta, conflituosa com a Petrobras", diz um trecho do ofício.

Hoje, Castello Branco também disse ao blog da jornalista Ana Flor, no site G1, que recebeu pedidos de Bolsonaro para indicar diretores e abaixar o preço dos combustíveis. Segundo ele, as solicitações começaram no ano passado. O economista disse que devolveu o telefone funcional para a Petrobras ao deixar o cargo, em abril de 2021.

"Se conseguirem recuperar as mensagens, vai comprovar isso, que eu não cometi crime nenhum e não atendi ao pedido do presidente", falou.

Castello Branco também afirmou que, caso tivesse acatado as ordens de Bolsonaro, ele ainda estaria à frente da estatal. "Se eu tivesse feito o que o presidente queria, aí sim, quem estaria cometendo crime seria eu", disse.

Ontem, senadores pediram informações ao Ministério de Minas e Energia a respeito do celular que Castello Branco utilizou enquanto presidia a Petrobras. Além disso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu à Polícia Federal que os aparelhos sejam apreendidos e periciados.

Deputados do PT também encaminharam ao Ministério Público notícias-crime contra o ex-presidente da estatal por ter devolvido celular funcional com material que poderia implicar o presidente Bolsonaro. A peça da bancada petista na Câmara aponta que Castello Branco teria se omitido ao não informar as autoridades competentes possíveis provas de crimes.

* Com informações de Reuters