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Bolsonaro e políticos reagem após prisão de médico por estupro: 'Vagabundo'

Giovanni Quintella Bezerra ficou surpreso com voz de prisão - Divulgação/Polícia Civil
Giovanni Quintella Bezerra ficou surpreso com voz de prisão Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Do UOL, em São Paulo

11/07/2022 18h00Atualizada em 11/07/2022 21h19

O presidente Jair Bolsonaro, outros políticos e pré-candidatos à eleição comentaram o caso do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, 32, preso por estuprar uma paciente. Ele foi detido em flagrante em um hospital de São João de Meriti (RJ), após a própria equipe entregar as filmagens do estupro à polícia.

Pelas redes sociais, a pré-candidata a deputada federal por São Paulo Marina Silva (Rede) afirmou que o caso é um "crime perverso e de desumanização". A ex-ministra ressaltou que é preciso criar meios eficazes de proteção às mulheres.

"Ser mulher não pode significar estar em perigo! [...] Precisamos nos unir contra tantas violências. Chega!", escreveu.

No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PL) falou ser "extremamente lamentável" que o médico não irá "apodrecer para sempre na cadeia" e, novamente, contestou a aplicação de direitos humanos, alegando que esses são para "a vítima, esse vagabundo que se exploda".

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), disse ter ficado "estarrecido" ao saber do caso. Ele garantiu que o governo do estado dará "todo amparo e apoio necessários à vítima".

"Além da investigação da Secretaria de Estado da Polícia Civil, está sendo aberta uma sindicância interna para tomar medidas administrativas, além de notificação ao Cremerj", disse.

A pré-candidata à Presidência da República Simone Tebet afirmou que o caso é "revoltante". Ela pediu um basta à violência contra as mulheres e "punição severa e imediata ao agressor".

deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) questionou se "um dia" mulheres estarão "seguras em algum lugar". Ela pediu investigação e punição, e disse que abusadores serão cobrados.

O pré-candidato ao Planalto pelo Avante, André Janones, disse que a imagem é "revoltante" e o caso "repugnante". Ele chamou o médico de "bandido".

A ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB) lembrou que nem a roupa, nem a hora ou local são condicionantes para que mulheres sejam vítimas de estupro. Ela mandou um "abraço solidário" para a vítima e desejou que ela "encontre conforto".

A pré-candidata a deputada federal por São Paulo, Rosângela Moro (União Brasil) disse que o caso é "inaceitável". Ela defendeu que a lei seja "aplicada com muito rigor".

Outras reações

Entenda o caso

Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, foi preso em flagrante na madrugada de hoje pelo crime de estupro de vulnerável. Um vídeo gravado com um celular escondido na sala de cirurgia do Hospital da Mulher, em Vilar dos Teles, em São João de Meriti (RJ), mostra o profissional colocando o pênis na boca da paciente, que está dopada para o nascimento do bebê.

O vídeo foi gravado e entregue à polícia por enfermeiras da unidade, que desconfiaram da quantidade de sedativo usado pelo anestesista em outras ocasiões e da movimentação dele próximo à paciente, segundo a Polícia Civil. O crime de estupro de vulnerável tem pena prevista de 8 a 15 anos de prisão.

O UOL teve acesso às imagens, mas optou por não publicá-las para preservar a vítima.

Por meio de nota, a Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde afirmaram que repudiam veementemente a conduta do médico e "estão à disposição da polícia colaborando com a investigação". A Secretaria informou ainda que "será aberta uma sindicância interna para tomar as medidas administrativas, além de notificação ao Cremerj".

O Cremerj informou que recebeu as denúncias e abriu um procedimento cautelar para a suspensão imediata do médico dada a gravidade das imagens. "O Cremerj instaurará, após procedimento cautelar, um processo disciplinar de cassação", afirmou o presidente do conselho, Clovis Munhoz.