'Jamais seremos revisores de eleições', diz ministro da Defesa
O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, afirmou hoje (14), em audiência pública no Senado, que as Forças Armadas não serão revisoras das eleições deste ano. O general disse que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é o protagonista do pleito de 2022, junto com o povo brasileiro.
Apesar da declaração do ministro, as Forças Armadas têm endossado o discurso infundado do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que o processo eleitoral é passível de fraudes. No mês passado, o próprio ministro alegou que os militares se sentiam desprestigiados pela Corte Eleitoral e cobrou mais participação nas eleições.
"Em absoluto, jamais, em tempo algum, seremos revisores de eleições", disse o general à Comissão de Fiscalização e Controle da Casa. "O protagonista é o Tribunal Superior Eleitoral, o protagonista é o povo brasileiro", completou o ministro.
Com a presença da tropa de choque bolsonarista da Câmara, a comissão ouve também o deputado Filipe Barros (PL-PR), que foi relator do projeto que defendia o voto impresso; o delegado Sandro Torres Avelar, diretor executivo da Polícia Federal; e Michael de Freitas Mohallem, representante da Transparência Internacional.
Propostas ao TSE
Aos senadores, Nogueira apresentou três "recomendações essenciais" dos militares para o pleito deste ano, e pediu que a Corte Eleitoral implemente as propostas. A primeira trata da realização do teste de integridade das urnas nas mesmas condições do momento da votação, incluindo o uso de biometria.
Além disso, o ministro quer que seja promovido o Teste Público de Segurança (TPS) no modelo de urna UE2020, que representa 39% do total de urnas. Por último, as Forças pedem que seja realizada uma auditoria por outras entidades, principalmente por partidos políticos, conforme prevê a legislação eleitoral.
Segundo o ministro, o trabalho dos militares, tanto na CTE (Comissão de Transparência das Eleições) quanto na fiscalização do sistema eletrônico de votação, é feito a partir de portarias e resoluções do TSE e se baseia na legalidade. De acordo com o general, os representantes das Forças Armadas desempenharão as suas atividades em estrita conformidade com o regramento estabelecido pelo TSE.
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