Após ser atacado, Barroso rebate Bolsonaro: 'Sempre haverá maus perdedores'
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso rebateu hoje o presidente Jair Bolsonaro (PL) após o chefe do Executivo chamá-lo de "criminoso" por ter supostamente articulado junto a parlamentares a rejeição à proposta do voto impresso defendida pelo governo. "Sempre haverá maus perdedores", disse o ministro da Corte.
Mais cedo, em entrevista à Rádio Guaíba, o presidente atacou os ministros do STF Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Luiz Fux. Este último é o presidente da Corte. Bolsonaro também aproveitou para voltar a convocar seus apoiadores para os atos de 7 de Setembro.
"Vamos pela última vez às ruas para mostrar para aqueles surdos ministros do STF que o povo tem que ser o nosso norte", declarou Bolsonaro na entrevista.
Na tarde de hoje, em um tuíte, Barroso declarou que foi à Câmara dos Deputados por três vezes quando era presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que a pauta "de retrocesso" do voto impresso foi derrotada pela Casa.
Mentir precisa voltar a ser errado de novo. Compareci à Câmara dos Deputados, como presidente do TSE, para debater o voto impresso, atendendo a TRÊS CONVITES OFICIAIS. E foi a própria Câmara que derrotou a proposta de retrocesso. Mas sempre haverá maus perdedores. Luís Roberto Barroso, ministro do STF no Twitter
PEC do voto impresso foi derrotada na Câmara
Apesar dos ataques e insistência do presidente em torno do tema, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso foi derrotada há quase um ano, em 10 de agosto de 2021, pelo plenário da Câmara dos Deputados.
A proposta pretendia incluir um módulo de voto impresso ao lado das urnas eletrônicas a partir das eleições de 2022. Jair Bolsonaro irá tentar a reeleição no pleito deste ano.
A PEC do voto impresso (135/19) teve 218 votos contra, 229 votos a favor e uma abstenção. Para que a tramitação avançasse, eram necessários votos favoráveis de 308 dos 513 congressistas. Veja como cada um votou.
A inclusão do assunto na sessão de 10 de agosto de 2021 só aconteceu por vontade do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do governo. O resultado da votação representou uma derrota para Bolsonaro ao enterrar a proposta que alimentou os crescentes ataques do presidente a integrantes do STF e do TSE.
Mesmo com a derrota na Câmara, o presidente segue insistindo nos ataques, sem provas, aos membros do STF, TSE e contra as urnas eletrônicas. Apesar dos ataques, nunca houve fraude comprovada nas eleições brasileiras desde a adoção das urnas eletrônicas.
*Com Eduardo Militão e Lucas Valença, do UOL, em Brasília; e do Estadão Conteúdo
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