Benedita sobre briga PT-PSB no Rio: "Não falta palanque para Lula"
Em um áudio vazado na tarde de hoje (3) em grupos de mensagem, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) analisa o racha na chapa PT-PSB no Rio. A falta de consenso sobre o nome que irá disputar o Senado deixa em aberto a oficialização do apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à candidatura de Marcelo Freixo (PSB) ao governo fluminense.
Ao longo dos 8 minutos e 25 segundos de áudio (ouça abaixo), Benedita diz estar indignada com a posição do deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), que não abre mão de sua candidatura. Para ela, não há erro do PT, que só busca o cumprimento do acordo firmado entre as legendas —que envolve Freixo como candidato ao Executivo do RJ e o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), André Ceciliano (PT), na disputa pelo Senado.
De acordo com Benedita, o presidente do PSB nacional, Carlos Siqueira, ouviu de Lula, candidato à Presidência da República, que Ceciliano disputaria o Senado, uma vez que abriu mão da candidatura ao governo do Rio. A deputada explica que o PT do Rio abriu mão do Executivo porque teria o Senado.
Portanto, as críticas de Benedita se concentram no fato de, agora, o PSB disputar o governo e o Senado, com o PT de fora —o vice na chapa de Freixo é César Maia (PSDB). Nas palavras de Benedita, "nem o Lula está concordando" com esse imbróglio e, inclusive, se reuniu com o PSB recentemente para pedir que o partido cumpra sua parte no acordo.
Ao interlocutor, que aparentemente é um petista, ainda não identificado, Benedita diz: "Meu querido, não há omelete sem quebrar ovos".
Ouça o áudio
O PSB está com vários lugares. Você já pensou que o PSB tem a vice-presidência [da República]? Você quer que o PT suma do mapa do estado do Rio de Janeiro? E as candidaturas do PT proporcional, vão para onde, sem o nosso 13 no meio da rua, sem nada que se identifique com o PT para dialogar?"
Benedita da Silva, deputada federal pelo PT-RJ
A deputada cita ainda a aliança em Pernambuco. "Olha, [o PT] podia estar no palanque da Marília [Arraes] lá em Recife. Por que não está? Marília está mais bem posicionada. Marília estava no PT, queria ser candidata ao governo do estado. Mas, no entanto, nós do PT, o Lula, disse: "Não, nós vamos apoiar o candidato do PSB".
Além disso, ela destaca a posição de Lula nas pesquisas eleitorais e afirma que quem precisa do palanque de Lula é Freixo, e não o contrário. De acordo com pesquisas eleitorais, a associação direta a Lula fortalece a candidatura do deputado do PSB ao governo do Rio. Apostando nisso, Freixo tem investido em materiais de campanha com a imagem de Lula, inclusive no jingle principal.
"Ou você acha também que o Freixo vai se dar bem sem o PT? Não vai. Um partido que está se comportando desse jeito, cujo presidente [no estado], Molon, se recusa a cumprir os acordos que o próprio partido dele fez a nível nacional? Por que tem que levar o PT para o último sacrifício? Se é por falta de palanque, não haverá falta de palanque para o Lula. Porque não é o Freixo que vai fazer o palanque do Lula. Quem vai fazer o palanque do Lula é o PT", diz Benedita.
Para a deputada, o posicionamento de Molon "não é papel que se faça". Ela ressalta que é uma "aliancista de primeira". "Olha se não pode ter aliança com PSB, tem aliança com outros. O que não falta é quem queira fazer uma aliança com o Lula em primeiro lugar na pesquisa".
Além disso, a deputada alerta para o enfraquecimento do nome de Freixo na disputa contra o atual governador, Cláudio Castro (PL), caso Lula suba em mais palanques no estado do Rio.
A deputada conta que, ao longo de sua carreira política, já abriu mão de sua própria candidatura em prol de colegas de chapa, como o PSOL, antigo partido de Freixo, ou dentro do próprio PT.
Ela relembra o ano de 2020, quando se ofereceu para ser vice na corrida à Prefeitura do Rio com Marcelo Freixo, na época psolista, na cabeça de chapa. A aliança não se consagrou e o PSOL lançou Renata Souza para o cargo.
"Eu posso falar de cadeira, desde quando quis fazer aliança com o Freixo e ser vice do Freixo para a prefeitura. Depois deu no que deu e eles lançaram uma candidatura, de mulher negra ainda. Mas, mesmo assim, Lula chamou todo mundo e disse: 'O Freixo é o melhor pra gente, vamos sair com o Freixo para governador e o PT apresenta um senador'", relata.
Por fim, Benedita tece duras críticas a Molon. Ela afirma que o deputado não é militante, não saiu em defesa do PT "quando as coisas ficaram ruins" tampouco "fez um discurso a favor da Dilma [Rousseff]". "Ele, sim, quer minar a candidatura do Freixo", dispara sobre Molon.
"Quem está sendo desrespeitado nisso é Lula, Luiz Inácio Lula da Silva, com todo o cacife. Mesmo com PSB e Molon sabendo que, se o PT sai [da chapa], não tem candidatura deles. Eles não têm partido para fôlego e nem uma pessoa sozinha tem condição de sair candidato ao Senado ou ao governo do estado e achar que ganha pelos seus belos olhos, por suas honestidade, por transparência ou até mesmo por sua traição."
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