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Prefeitura do Rio contraria Bolsonaro e organiza 7 de setembro no Centro

A orla de Copacabana tornou-se local de manifestação para atos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) - Eduardo Anizelli/Folhapress
A orla de Copacabana tornou-se local de manifestação para atos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

04/08/2022 16h26Atualizada em 05/08/2022 16h26

Após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que a parada militar do 7 de Setembro aconteceria na orla de Copacabana, a prefeitura do Rio de Janeiro tomou uma decisão que contraria o mandatário. Através de edital publicado no Diário Oficial do Município de ontem, a cidade indica que a comemoração da data acontecerá no centro da cidade, na avenida Presidente Vargas, em torno do Pantheon de Caxias.

De acordo com o edital, diversas estruturas de metal, toldos, arquibancadas, tribunas - além de grades e sonorização - serão adquiridas e instaladas para o desfile, com um custo estimado de R$ 318.035.

O pregão eletrônico, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Governo e Integridade Pública do RJ, também detalha a posição do que deve ser instalado - especialmente as tribunas e arquibancadas, com tudo em volta do Monumento a Duque de Caxias.

Na sexta-feira (5), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que o evento será no local " aonde o exército solicitou e aonde sempre foi feito". Ele também disse que "não trabalha na birra nem na fofoca".

"Preferências políticas e administração são coisas distintas. E as posições políticas aqui sempre foram claras", escreveu.

Procurada pelo UOL para falar sobre a decisão, a Prefeitura do Rio de Janeiro afirmou que, "até momento, não recebeu nenhum pedido de alteração do local do desfile de 7 de setembro e, por isso, segue com o trabalho de apoio logístico para que o evento ocorra em seu local tradicional, a Av. Presidente Vargas".

Na terça-feira, no Twitter, Paes havia se colocado "inteiramente à disposição do governo federal", mas disse que o evento demanda uma "logística bastante complexa". O prefeito ressaltou a estrutura necessária e a demora para montagem.

"Obviamente, desafios que podem ser superados desde que se tenha organização e planejamento e se permita modificações na estrutura tradicional do evento", finalizou.

Bolsonaro havia dito que, na data em que se comemora a Independência do Brasil, ele estará presente em desfiles oficiais pela manhã, em Brasília, como é tradição, e também no Rio de Janeiro, à tarde.

"Nós queremos, pela primeira vez, inovar no Rio de Janeiro. Sei que vocês queriam aqui, mas nós queremos inovar no Rio de Janeiro. Às 16 horas do dia 7 de setembro, pela primeira vez, as nossas Forças Armadas e as nossas irmãs, forças auxiliares, estarão desfilando na praia de Copacabana ao lado do nosso povo", disse, durante a convenção nacional do Republicanos, realizada em São Paulo.

Edital não cita participação das Forças Armadas

No mesmo dia em que Bolsonaro afirmou que o desfile havia sido transferido para a praia de Copacabana, o presidente também disse que as Forças Armadas e forças auxiliares, as polícias militares, desfilariam no evento. Entretanto, o edital da prefeitura não cita essas participações.

De acordo com o texto, a polícia militar somente estará presente na interdição da Avenida, colaborando com a CET-RIO (Companhia de Engenharia e Tráfego do Município do Rio de Janeiro) e a Guarda Municipal do Rio de Janeiro.