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7 de Setembro: Paes cita 'logística complexa', mas diz estar à disposição

Prefeito do Rio, Eduardo Paes, em participação no Roda Viva - Reprodução/YouTube
Prefeito do Rio, Eduardo Paes, em participação no Roda Viva Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL*, em São Paulo

02/08/2022 15h39

O prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD) disse que a administração municipal "sente-se honrada por anualmente financiar a estrutura completa" do desfile de 7 de Setembro. No sábado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o ato seria na praia da Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.

Pelo Twitter, Paes também se colocou "inteiramente à disposição do governo federal", mas lembrou que o evento demanda uma "logística bastante complexa". O prefeito ressaltou a estrutura necessária e a demora para montagem.

"Obviamente, desafios que podem ser superados desde que se tenha organização e planejamento e se permita modificações na estrutura tradicional do evento", finalizou.

Segundo informou Bolsonaro, na data em que se comemora a Independência do Brasil, ele estará presente em desfiles oficiais pela manhã, em Brasília, como é tradição, e também no Rio de Janeiro, à tarde.

"Nós queremos, pela primeira vez, inovar no Rio de Janeiro. Sei que vocês queriam aqui, mas nós queremos inovar no Rio de Janeiro. Às 16 horas do dia 7 de setembro, pela primeira vez, as nossas Forças Armadas e as nossas irmãs, forças auxiliares, estarão desfilando na praia de Copacabana ao lado do nosso povo", disse, durante a convenção nacional do Republicanos, realizada em São Paulo.

Nesta data no ano passado, o presidente participo de atos em Brasília e em São Paulo, fez discursos golpistas e pregou desobediência ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Bolsonaro sobre atos: 'Ninguém quer dar golpe, vai ter eleição'

O presidente voltou a convocar seus apoiadores para manifestações no dia 7 de setembro. Nesta terça-feira (2), Bolsonaro descartou que busque "fechar isso ou aquilo", mas considera "natural" o surgimento de protestos. Entre as pautas estão possíveis ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Bolsonaro garantiu que haverá eleições neste ano.

A população obviamente vai lá prestigiar o desfile. O pessoal deve ir de camisa verde e amarela. Deve ter alguns protestos, é natural
Jair Bolsonaro, em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre

"Uma das frases mais mostradas lá deve ser a questão de transparência. O que é transparência? Transparência. Em especial, eleitoral. Ninguém está pedindo aqui ou dizendo que não haver eleições. Vamos ter eleições. Agora, nós queremos é transparência por ocasião da votação e das apurações", disse o presidente.

Apesar de tentar amenizar a situação, durante a entrevista o presidente voltou a contestar, sem provas, a confiabilidade da urna eletrônica e do sistema eleitoral no país. Bolsonaro também atacou ministros, chamando Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), de "mentiroso" e "criminoso".

O mandatário também classificou as declarações dadas na véspera pelo presidente do Supremo, Luiz Fux, favoráveis e elogiosas às urnas eletrônicas, de "no mínimo equivocadas" e "fake news".

Aras diz que a PGR está 'atenta' e 'vigilante' sobre 7/9

Ontem, o PGR (Procurador-Geral da República), Augusto Aras, disse que a instituição está "atenta" aos ataques às eleições deste ano. Ele também garantiu estar "vigilante" sobre as ameaças de violência no feriado de 7 de setembro.

A declaração ocorreu durante a sessão de retomada dos trabalhos do segundo semestre do TSE. A PGR tem recebido críticas que apontam alinhamento com os posicionamentos do presidente Bolsonaro.

Aras também citou que a PGR e o MPE (Ministério Público Eleitoral), que também é chefiado por ele, buscam soluções pacíficas para os problemas. Segundo ele, essas resoluções não podem ser "confundidas com passividade".

"É bom que se diga que essa busca por soluções pacíficas e conciliadoras não se confunde com passividade. Sempre estivemos e seguimos atentos a quaisquer manifestações e atos que ultrapassem os limites das liberdades e garantias constitucionais. Foi assim em 2021 e assim é que temos trabalhado para que em 2022 tenhamos também paz e harmonia sociais no ambiente do processo eleitoral", afirmou Aras sobre as eleições.

Em relação ao 7 de Setembro, o PGR reforçou que o MP "está atento e acompanhando todos os movimentos em busca do fortalecimento do ambiente democrático". Aras disse ter "certeza" que "chegaremos a bom termo no 7 de setembro como tivemos em 2021, em que podemos comemorar a maior data cívica brasileira que anda de mãos dadas com as eleições".

Neste ano temos nos dedicado a esse mister de forma especial. Seja no 7 de setembro, quando celebraremos o bicentenário da nossa República, seja no transcorrer do processo eleitoral já em curso. Estamos vigilantes e, repito, atuando na defesa da nossa democracia e de nossas instituições.
Augusto Aras, procurador-geral da República

* Com informações de Reutes