Diretor da USP: Autoridades alertaram sobre segurança em leitura de carta
A Carta em defesa do Estado Democrático de Direito, organizada pela USP (Universidade de São Paulo), já reuniu 835 mil assinaturas. Mas a leitura do documento, amanhã, será um evento restrito a poucas pessoas. Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP, explicou hoje ao UOL News que isso acontece por falta de espaço e também por uma questão de segurança frente a um clima violento na eleição.
"Vimos crime cometido em festa particular de aniversário. E, aqui, é uma festa maior. Teremos muitas pessoas da faculdade. E esses cuidados de segurança precisam ser tomados. As autoridades, a Polícia Militar, a Secretaria de Segurança, nos fizeram recomendação para não ter muita gente no interior da faculdade. E achamos uma recomendação bastante adequada diante desse clima de radicalismo e violência que tem pautado as manifestações", explicou Celso.
O diretor também afirmou que a Carta não é endereçada para o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem criticado o documento. "É uma Carta endereçada à população, é suprapartidária e é aberta para qualquer um que queira assinar. É um alerta para a sociedade brasileira sobre todos que atacam as instituições e tentam implantar a discórdia e a desconfiança em relação às autoridades. Não se resume a uma pessoa, candidato ou partido. É contra todos que têm simpatia a recaídas autoritárias".
Celso apontou que os juízes foram, proporcionalmente, o grupo mais impactante entre os subscritores - de 18 mil juízes no Brasil, 5 mil já assinaram a carta. E pediu mais assinaturas até amanhã, com a intenção de atingir 1 milhão de pessoas.
"Não tenho dúvida que a Carta protege a democracia. Por isso sentiram o golpe, por isso tentam desqualificar. Estamos beirando 1 milhão de assinaturas. Conseguiremos se todo mundo que assinou conseguir mais uma adesão. Basta entrar no site https://www.estadodedireitosempre.com", afirmou Celso.
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