Ex-presidentes assinam carta pró-democracia; Bolsonaro chamou de 'cartinha'
Quatro ex-presidentes do Brasil já assinaram, nos últimos dias, alguma carta pró-democracia. Manifestos a favor da Constituição neste ano eleitoral têm sido lançados e alcançado apoio de políticos diversos. O presidente Jair Bolsonaro (PL), no entanto, chamou os esforços de "cartinha" e disse não ser necessário assinar para se mostrar democrata.
Hoje, o ex-presidente Michel Temer (MDB) assinou a manifestação elaborada pela Academia Paulista de Letras. Em contato com UOL, a equipe do emedebista disse que ele irá apoiar todos os manifestos que, de alguma forma, se relacionem com a sua formação, mas sem politizar a causa.
A movimentação a favor da democracia ocorre em meio à intensificação de falas golpistas e contra o processo eleitoral brasileiro por parte de Bolsonaro e apoiadores radicais.
Nos próximos dias, a expectativa é que Temer também assine o documento da OAB (Organização de Advogados do Brasil) e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), para o qual ele contribuiu na elaboração.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das pesquisas de intenção de voto e principal adversário de Bolsonaro este ano, também endossou cartas a favor da democracia. Hoje, ele e o vice, Geraldo Alckmin (PSB), assinaram a da Fiesp. Ontem, o petista e a esposa, a socióloga Janja, apoiaram a da USP (Universidade de São Paulo) —esta já superou 800 mil assinaturas e será lida em ato pela democracia no dia 11.
Na sexta-feira (5), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) divulgou que havia assinado a carta da USP também: "Tomo a decisão, como cidadão, de assinar a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito. A democracia, causa da minha vida, está ameaçada".
Também na semana passada, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) endossou a carta da USP e disse que a "democracia está sob grave ameaça e sob constantes ataques do presidente da República".
Assim, dos ex-presidentes brasileiros vivos, faltam apenas José Sarney (MDB) e Fernando Collor (PTB). Segundo a Folha de S. Paulo, Sarney disse a aliados que não tem intenções de assinar nenhum manifesto pela democracia.
O ex-presidente do MDB teria dito que já deu seu recado em discurso na Academia Brasileira de Letras, quando afirmou que não é apenas a cultura brasileira "que precisa, neste momento, ser defendida. Fui o presidente que conduziu a transição democrática, tenho a responsabilidade pessoal de defendê-la. Ela se consolidou pela prática continuada de eleições livres, sob a vigilância segura do Supremo Tribunal Federal".
Collor ainda não se posicionou publicamente. O senador é apoiador de Bolsonaro e candidato ao governo de Alagoas neste ano.
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