Maílson: Faria Lima não assina carta por medo irracional de volta de Lula
Em entrevista ao UOL News, o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega atribuiu a falta de adesão de representantes da Faria Lima, avenida considerada centro empresarial e financeiro da capital paulista, à carta democrática organizada pela Faculdade de Direito da USP a um "medo irracional" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Tem várias razões para isso [não assinarem a carta]. Uma delas é que o sistema financeiro tradicionalmente não fala mal do governo e não assina documentos de acusação contra o governo porque tem medo de retaliação", disse. "Por outro lado, tem embutido nisso uma rejeição à volta do Lula que chega ao absurdo e à irracionalidade."
Segundo o economista, há uma visão entre integrantes do setor financeiro de que um eventual retorno de Lula ao Palácio do Planalto significaria que ele irá "se vingar" das elites do país.
"Como se o presidente da República tivesse o poder de mandar para a cadeia qualquer um dos seus adversários. Isso acontece na Nicarágua, não aqui no Brasil", afirmou Nóbrega. "[Acredita-se também] de que o PT, ganhando as eleições, vai se eternizar no poder. Isso é considerar que o Brasil é uma 'república de bananas'."
"Existem visões de que o Lula será a introdução do comunismo no Brasil, inclusive exposta pelo presidente Jair Bolsonaro. Aí, mais do que considerar o Brasil uma 'república de bananas', é considerar que a sociedade brasileira é suscetível de apoiar uma maluquice dessa. O comunismo é um evento do passado", acrescentou.
Para o ex-ministro, as pessoas que têm esses receios sobre Lula "ou são muito mal informadas, ou se influenciam de maneira excessiva".
Nóbrega ainda avaliou que os atos pró-democracia que acontecem hoje pelo país representam a defesa do Estado de direito pela sociedade brasileira, além de ser uma demonstração adicional da força das instituições do país.
O economista disse que há o risco do Brasil sofrer uma ruptura democrática, no entanto, não acredita que isso irá se materializar.
"Porque essa ameaça opera em um ambiente completamente [diferente] daquele que caracterizava o Brasil e a América Latina nos anos 60. A realidade é muito diferente e muito melhor para a democracia."
Veja a entrevista na íntegra e mais notícias do dia no UOL News:
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.