Topo

Randolfe aciona STF contra empresários que defendem golpe em mensagens

Reprodução/Senado
Imagem: Reprodução/Senado

Do UOL, em São Paulo

17/08/2022 22h18

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionou hoje o STF (Supremo Tribunal Federal) contra um grupo de empresários que defendeu, em um grupo de WhatsApp, um golpe de Estado em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de outubro. O caso foi revelado pelo site Metrópoles.

Segundo a notícia, as discussões ocorreram em um grupo chamado Empresários & Política, criado no ano passado. O caso repercutiu na classe política e o presidenciável Ciro Gomes (PDT) sugeriu que as marcas citadas sejam boicotadas, mas Randolfe foi além e pediu ao Supremo que o caso seja apurado no inquérito das milícias digitais, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. O ministro ainda não se manifestou a respeito do pedido do senador.

Nas conversas reveladas pela reportagem, os empresários dizem preferir que o Brasil sofra um golpe do que volte a ser governado pelo PT, porque a transformação do país numa ditadura não impediria os negócios. Além destas declarações, há ataques a instituições como o STF (Supremo Tribunal Federal), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a opositores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Quem são os empresários? Entre os nomes do grupo estão Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da administradora de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca Mormaii.

Segundo a notícia, José Koury declarou preferir uma "ruptura" do que o retorno de petistas ao Palácio do Planalto. Segundo o empresário, se o Brasil voltasse a ser governado por uma Ditadura Militar, o país seguiria recebendo investimentos externos.

Na sequência, Marco Aurélio Raymundo, conhecido como Morongo, que é médico e dono da empresa de roupas e itens de surfe Mormaii, respondeu às mensagens de Koury, na sequência, afirmando que "golpe foi soltar o presidiário", em referência a Lula.

Afrânio Barreira, dono do Grupo Coco Bambu, que defende Bolsonaro publicamente, comentou a mensagem de Koury com uma figurinha de um homem dando "joinha". No mesmo dia, o empresário André Tissot, do Grupo Sierra, empresa que fabrica móveis de luxo declarou que um golpe de Estado " teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo".

O que defende Randolfe? Para o senador, o caso deverá ser apurado no inquérito das milícias digitais, que está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Segundo o congressista, a investigação é "o melhor instrumento para responder a essas indagações, sendo imperioso que o STF atue em defesa da Constituição Federal, do regime democrático e do sistema eleitoral".

Randolfe afirma, na petição, que os fatos revelados pelo site são "gravíssimos" e que deve deve ser investigada uma relação desse grupo de empresários com os atos antidemocráticos, em especial o financiamento das manifestações.