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Votação de cassação de Monteiro tem embate de torcidas e vaias a Marielle

Do UOL, no Rio

18/08/2022 17h53Atualizada em 18/08/2022 20h12

A sessão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro que vota hoje pedido de cassação do mandato de Gabriel Monteiro (PL) é marcada por um embate entre apoiadores e opositores do vereador —os grupos se posicionam em lados opostos, nas galerias da Casa.

Entre os que apoiam Monteiro, houve vaias até contra a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018, quando ela foi lembrada pelo relator do pedido de cassação, o vereador Chico Alencar (PSOL).

Na maior parte do tempo sozinho, Monteiro acompanhou a tudo em silêncio e com os olhos no celular. A claque apoiadora de Monteiro estendeu uma grande faixa onde se lê "Gabriel Monteiro, guerreiro brasileiro".

O grupo proferiu gritos e vaias a fim de atrapalhar a fala do relator do pedido de cassação. Por vezes, a leitura do relatório por Alencar chegou a ser interrompida. Quando o relator falou sobre as denúncias de estupro, o grupo gritou "fake news".

Do outro lado, integrantes de partidos de esquerda e movimentos sociais de proteção aos direitos das mulheres estenderam faixas como "protejam nossas crianças e adolescentes". A faixa da galeria onde estão os opositores a Gabriel diz "vereadores, imaginem se fosse a filha de vocês".

18.ago.2022 - Votação de pedido de cassação de Gabriel Monteiro - Reprodução - Reprodução
18.ago.2022 - Votação de pedido de cassação de Gabriel Monteiro
Imagem: Reprodução

Diante do silêncio de Monteiro, a galeria contrária procurou fazer com que o vereador reagisse aos gritos de "vai sair no camburão" e "estuprador". Ainda assim, Gabriel Monteiro não se manifestou. Nesses momentos, olhava para o lado que o apoiava —ainda em silêncio.

O clima de embate já era perceptível na Cinelândia, onde se localiza a Câmara Municipal, no centro do Rio. Um carro de som reproduzia em volume alto áudios vazados de Monteiro. Um dos trechos do áudio atribuído a ele expõe indícios de assédio sexual contra ex-assessores. O motorista do caminhão não soube dizer quem foi o contratante.

Gabriel é alvo do pedido de cassação após denúncias de estupro contra quatro mulheres e de assédio moral e sexual contra ex-assessores, de acordo com o relatório da Comissão de Ética.