Topo

Esse conteúdo é antigo

MBL convida para curso homem que xingou Bolsonaro de tchutchuca do centrão

Wilker Leão publicou o vídeo em seu canal na tarde de hoje em que questiona o presidente Jair Bolsonaro (PL) - Reprodução/YouTube/Wilker Leão
Wilker Leão publicou o vídeo em seu canal na tarde de hoje em que questiona o presidente Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Reprodução/YouTube/Wilker Leão

Do UOL, em São Paulo

19/08/2022 16h41

O MBL (Movimento Brasil Livre) convidou Wilker Leão, youtuber que xingou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de 'tchutchuca do centrão', para participar de um curso de formação de líderes, que será realizado no ano que vem.

"O Wilker não é aluno do MBL, mas está convidadíssimo para ser", disse o perfil oficial, ao responder um internauta sobre a suposta ligação do grupo com o jovem.

Segundo o site oficial, o curso é para "formação de líderes do MBL", com "formação teórica e prática em debates, gestão, liderança, marketing, história e filosofia política".

Nesta quinta-feira (18), após fazer provocações contra o presidente, Wilker é empurrado e cai no chão — no vídeo, não é possível identificar quem o agrediu. Irritado, o youtuber então começa a xingar Bolsonaro com termo e "tchutchuca do centrão".

"Quero ver se é corajoso para conversar comigo, tchutchuca do centrão [...] Esse aí está fazendo tudo que o PT faz, senão o PT volta. Seu covarde, safado, vagabundo, estou falando na frente do gado do cercadinho. Cadê o machão?", provocou o cabo da reserva.

O presidente, então, segurou o braço dele e tentou pegar o celular. "Vem cá, vem cá, quero falar contigo", disse enquanto seus seguranças tiravam o youtuber do local.

O termo "tchutchuca" já havia sido utilizado pelo deputado Zeca Dirceu (PT-PR) contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, em abril de 2019. Na ocasião, ele disse que Guedes agia como "tigrão" com os aposentados, agricultores e professores, e "tchutchuca" com "a turma mais privilegiada do país" e os "amigos banqueiros", durante a sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara que discutia a reforma da Previdência.

Após o incidente, o jovem quadruplicou o número de seguidores só no Instagram após a veiculação do vídeo. O rapaz passou de cinco mil seguidores para 22,7 mil em apenas quatro horas na plataforma. No YouTube, Wilker tinha 12 mil inscritos em seu canal por volta do meio-dia desta quinta-feira; quatro horas depois eram 20,9 mil. E no TikTok, ele passou dos 120 mil para 128,4 mil seguidores.

Quem é Wilker Leão?

Wilker é cabo da reserva do Exército e advogado, segundo seus perfis online. Em abril, ele já havia tido outro atrito com o presidente.

O conteúdo de Wilker, que serviu oito anos ao Exército, se baseia em política, especificamente em gerar debates acalorados com pessoas de grupos diferentes. Vários vídeos possuem títulos como "Questionei bolsonaristas no Alvorada" ou "Questionando o gado", uma forma pejorativa de chamar os eleitores do presidente.

Sem se identificar publicamente com direita, centro ou esquerda, o cabo da reserva diz apenas que é "entusiasta do militarismo" e produz também vídeos intitulados "Questionando petistas em Brasília" e "Questionando esquerdistas".