Visto a partir do ponto de ônibus, o pacote de cortes é uma afronta

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Ontem, neste espaço, uma coluna de José Paulo Kupfer argumentava que um conflito distributivo (ou seja, entre ricos e pobres) era uma forma de explicar a alta do dólar. Hoje, traz um olhar semelhante para o pacote fiscal, no qual o andar de baixo vai pagar mais que os moradores da cobertura. Como escreve Leonardo Sakamoto, saldo do ajuste fiscal até aqui é sacrifício dos pobres e cafuné nos ricos.

Só que tem mais gente, e mais votos, entre os menos favorecidos. A conclusão a que o colunista chega é inescapável: "O perigo de tanta afronta é o brasileiro subempregado, subnutrido e sub-representado concluir que a democracia não foi feita para ele. Quem assiste sem dar um pio não poderá piar se um meteorito vindo da extrema-direita cair sobre 2026".

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