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Governo distribui livros na PRF com recomendação para ler Bíblia, diz TV

Governo orientou servidores da PRF a lerem a Bíblia no ambiente de trabalho - PRF/Divulgação
Governo orientou servidores da PRF a lerem a Bíblia no ambiente de trabalho Imagem: PRF/Divulgação

Colaboração para o UOL, em Maceió

26/08/2022 16h18

O governo de Jair Bolsonaro (PL) distribuiu para a PRF (Polícia da Rodoviária Federal) livros com a recomendação de que os servidores façam leitura diária da Bíblia no ambiente de trabalho, o que teria gerado incômodo interno entre os agentes. As informações são da GloboNews.

Segundo a emissora, o Ministério da Justiça alegou que a recomendação tem o propósito de prover "assistência espiritual" aos agentes da PRF, além de ser um demonstrativo do governo de "atenção à saúde integral dos policiais" em razão do estresse da atividade.

A distribuição dos livros faz parte do projeto Capelania, com o intuito de levar "mensagens diárias devocionais, estimular a espiritualidade, contribuindo com o bem estar e qualidade de vida do servidor PRF, melhorando o seu desempenho nas atividades diárias".

"Leia os versículos da Bíblia. Inicie o seu momento com Deus lendo a passagem da Bíblia impressa. A palavra de Deus é a parte mais importante da sua leitura diária", diz o livro entregue aos policiais.

O documento orienta os servidores a lerem e refletirem sobre o que foi lido, a fim de que possam "aprender mais sobre Deus" e o relacionamento interpessoal "com Ele, e como o Senhor deseja que você viva".

A recomendação do governo é de que os policiais leiam a bíblia "no próprio ambiente de trabalho", mas a medida gerou desconforto nos servidores, segundo a GloboNews.

Ao canal, os agentes falaram em "constrangimento", ressaltaram que não se sentem bem ao misturar fé com questões profissionais, e citam o fato de que nem todas as religiões foram contempladas pelo projeto —credos de matriz africana, budistas, hinduístas, muçulmanos, entre outros, foram preteridos.

Por meio de um comunicado, o Ministério da Justiça informou que os adeptos das religiões que ainda não estão inclusas no projeto poderão enviar uma solicitação pedindo a inclusão de suas crenças, desde "que as justifique, cabendo ao servidor responsável pela gestão da Capelania PRF viabilizar o conato com os ministros religiosos dos credos solicitantes".