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Policiais dizem que demora de prisão deixa PF 'desmoralizada', diz jornal

Roberto Jefferson reagiu com tiros contra agentes da Polícia Federal que cumpriam uma decisão do ministro do STF  - Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão Conteúdo
Roberto Jefferson reagiu com tiros contra agentes da Polícia Federal que cumpriam uma decisão do ministro do STF Imagem: Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

23/10/2022 18h47Atualizada em 23/10/2022 19h58

Funcionários da PF (Polícia Federal) sentem que a corporação ficou "desmoralizada" com a resistência à prisão de Roberto Jefferson (PTB) hoje. O ex-deputado atirou contra agentes, deixou dois feridos e, até o momento, ele segue em casa. Segundo reportagem do jornal O Globo, mensagens trocadas em aplicativo refletem o incômodo dos agentes e delegados.

A situação se tornou mais demorada com o anúncio de que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, irá até o Rio de Janeiro para negociar a rendição do ex-deputado. Funcionários da PF acham que não há motivo para tal privilégio.

Para os agentes e delegados, o caso demonstra uma "desmoralização total da PF".

A ADPF (Associação dos Delegados de Polícia Federal) lançou uma nota para repudiar o ataque do ex-deputado e afirmou que "é totalmente inaceitável qualquer tipo de violência contra policiais federais, em especial no cumprimento do dever legal estabelecido pela Constituição Federal".

Hoje mais cedo, Roberto Jefferson reagiu com tiros contra agentes da Polícia Federal que cumpriam uma decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de prendê-lo em sua casa, em Comendador Levy Gasparian, a cerca de 140 km do Rio.

A PF informou que agentes foram à casa de Jefferson para cumprir a ordem de prisão e o alvo reagiu à abordagem, quando os agentes se preparavam para entrar na residência. Dois policiais, sendo uma mulher, foram atingidos por estilhaços. Segundo a corporação, eles foram levados a um pronto-socorro, passaram por atendimento médico e passam bem.

A ordem de prisão aponta o descumprimento de medidas cautelares por parte de Jefferson. Na decisão, Moraes pediu prisão, busca e apreensão e proibiu entrevistas.

A decisão ocorreu depois de Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, do Supremo, e a comparar com "prostitutas", "vagabundas" e "arrombadas" em uma publicação na internet. Ele estava proibido de usar as redes sociais, justamente por outra ordem de Moraes.

A gravação foi publicada no perfil da filha de Jefferson, a ex-deputada federal Cristina Brasil (PTB), que teve a conta suspensa hoje.