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Mídia internacional repercute prisão de Roberto Jefferson: 'Rara violência'

26.fev.2021 - Presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, em Curitiba (PR) - Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão Conteúdo
26.fev.2021 - Presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, em Curitiba (PR) Imagem: Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

24/10/2022 08h06Atualizada em 24/10/2022 08h16

A imprensa internacional repercute na manhã de hoje a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) que resistiu à ordem de prisão, disparou mais de 20 tiros de fuzil e lançou duas granadas contra agentes da PF (Polícia Federal) no domingo (23).

Investigado por atentar contra o Estado Democrático de Direito, o político de extrema-direita cumpria prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, e agora também responderá por tentativa de homicídio. Dois agentes da PF ficaram feridos no episódio.

A ordem de prisão contra Jefferson foi motivada pelo descumprimento de medidas determinadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) como não falar com a imprensa, receber visitas ou usar redes sociais para se comunicar. No sábado (22), a filha de Roberto Jefferson, Cristiane Brasil, ainda publicou um vídeo em que o ex-deputado xinga a ministra Cármen Lúcia e a compara com "prostitutas".

O francês Le Monde descreveu a violência de Roberto Jefferson como "uma explosão de rara violência que diz muito sobre o estado de tensão que agita o Brasil, uma semana antes do segundo turno das eleições presidenciais".

O jornal espanhol El País afirmou que o episódio provoca uma onda de preocupação na reta final da campanha presidencial no Brasil, a mais polarizada das últimas décadas.

Como Bolsonaro contestou o sistema de votação, questionando a segurança do voto eletrônico, existe o temor de que não aceite uma possível derrota e que, como Donald Trump nos Estados Unidos, decida incentivar seus seguidos a se mobilizar contra os resultados.
Trecho do texto do El Pais, que lembra ainda que "muitos bolsonaristas estão armados"

O jornal Público, de Portugal, lembrou da ligação entre o presidente Bolsonaro e Jefferson e escreveu que "a uma semana do segundo turno das eleições brasileiras, o chefe de Estado tentou distanciar-se ainda mais de Jefferson, afirmando que não tem nenhuma fotografia de ambos. No entanto, as redes sociais encheram-se de fotos em que os dois estão juntos".

O Le Figaro, da França, relembrou uma fala do presidente Bolsonaro após a tentativa de descolar sua imagem à de Roberto Jefferson. "Jair Bolsonaro criticou as investigações contra o ex-deputado que, segundo seu parecer, foram feitas 'sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP'".

A agência AFP acrescenta que o presidente insistiu sobre o fato de que não existiam vínculos com Jefferson, que em 2020, declarou que Bolsonaro era seu "amigo íntimo".

Os jornais The Washington Post e The Guardian repercutiram reportagens das agências AP e Reuters, que descreveram a reação violenta do político e o cerco de oito horas. Os textos destacam a reação mista dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

*Com informações de RFI