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Moraes converte prisão de Jefferson em preventiva por tiros contra agentes

Roberto Jefferson e Alexandre de Moraes - Reprodução
Roberto Jefferson e Alexandre de Moraes Imagem: Reprodução

Do UOL, em Brasília

27/10/2022 13h03Atualizada em 27/10/2022 13h17

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, converteu a prisão em flagrante do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) em preventiva por atirar contra agentes da PF (Polícia Federal).

Em decisão, o magistrado apontou que o ex-deputado confessou ter disparado 50 tiros de fuzil e que ele tinha um "verdadeiro arsenal militar" em casa.

Roberto Jefferson foi preso no domingo (23), dias depois de chamar a ministra Cármen Lúcia de "bruxa" e compará-la a prostitutas. Ao resistir à prisão, além dos tiros de fuzil, arremessou três granadas na direção dos agentes que foram cumprir a decisão.

"O preso se utilizou de armamento de alto calibre (fuzil 556), para disparar uma rajada de mais de 50 (cinquenta) tiros, além de lançar 3 (três) granadas contra a equipe da Polícia Federal", apontou Moraes. " O cenário se revela ainda mais grave pois, conforme constou do auto de apreensão, foram apreendidos mais de 7 (sete) mil cartuchos de munição (compatíveis com fuzis e pistolas)".

Segundo Moraes, o material apreendido na casa de Jefferson e sua conduta ao resistir à prisão demonstram que o caso é "gravíssimo".

"Há severos indícios de que, em período em que cumpriu prisão preventiva e prisão domiciliar por ordem desta Suprema Corte, o preso ocultou as armas que possuía e, posteriormente, montou o arsenal bélico amplamente descrito pela Polícia Federal e reconhecido pelo próprio preso, a revelar o risco à ordem pública em caso de soltura e a absoluta impropriedade de medidas cautelares", disse.

"A prisão preventiva se trata, portanto, da única medida razoável, adequada e proporcional para garantia da ordem pública com a cessação da prática criminosa reiterada", disse Moraes.

Tentativas de homicídio. A PF afirmou em relatório que o ex-deputado assumiu o risco de matar os policiais, e Jefferson foi indiciado por quatro tentativas de homicídio.

Em audiência de custódia, o ex-deputado confessou os disparos, negando que tenha intenção de atingir os policiais. Jefferson também manteve ofensas a ministros do Supremo.

Fuzil muito procurado. Como mostrou o UOL, o calibre de fuzil usado por Jefferson para atirar contra os policiais teve um "boom" de registros na PF desde o início do governo Jair Bolsonaro (PL).

Dados reunidos desde 2012 pela PF e obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação) apontam que, em três anos e nove meses de governo, foram 7.651 novos fuzis calibre 5.56 mm no país.