PRF diz ter identificado casos de policiais suspeitos de ajudar em atos
Diretores da PRF (Polícia Rodoviária Federal) disseram ter identificado em vídeos três casos em que agentes da corporação aparecem supostamente ajudando manifestantes nos bloqueios das estradas.
Segundo o corregedor-geral da PRF, Wendel Benevides Matos, todas as ocorrências serão apuradas.
Os casos são mais numerosos em:
- Santa Catarina (duas ações que os diretores não especificaram).
- Mato Grosso
- Paraná
"Nenhuma ordem foi dada para que servidores deixassem de cumprir seu papel, e eles responderão a procedimentos para explicar o que aconteceu", disse Matos em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (1°), na sede da PRF em Brasília.
Segundo o corregedor, serão abertos procedimentos internos para apurar qual foi a atuação dos policiais, e eles poderão responder a medidas administrativas. "Não vai haver nenhum tipo de omissão da PRF", disse.
Os policiais identificados, no entanto, não foram afastados e seguem atuantes.
"Foram identificados, mas não foram afastadas. As chefias foram orientadas a identificar o que aconteceu e estão sendo orientados como proceder. Não há como afastar, precisamos do efetivo da força nesse momento", disse o corregedor-geral Matos.
Imagens nas redes. Em um vídeo que circula pelas redes sociais, o PRF Ricardo Torres aparece dizendo que recebeu uma ordem (supostamente para desocupar a estrada) e pede aos caminhoneiros: "O que é que eu faço da vida? O que vocês me orientam para a gente interagir e encontrar a melhor solução, para que a gente consiga não sair com ninguém machucado, ninguém preso, ou que prejudique o meu trabalho". O caso ocorreu em Blumenau, Santa Catarina.
O policial prossegue: "A manifestação vai continuar com vocês e nós, os dois servidores que estamos aqui, vamos monitorar e informar às nossas chefias que é a nossa missão. Mas, em nenhum momento... já assumi o compromisso aqui e reitero com todos vocês, nós chegaremos para atritar ou chegaremos para enfrentar os senhores, que são patrões nossos enquanto servidores públicos". Nesse momento, ele é aplaudido.
Em outro vídeo, ao menos um policial é filmado ajudando manifestantes a cortar uma cerca nas proximidades do aeroporto internacional de Guarulhos.
Pontos de interdição. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou, por meio de publicação nas redes sociais, que há 190 pontos de interdição e bloqueios ativos nas estradas federais de todo o país, em atos com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), liderados por defensores do presidente que não aceitam o resultado das eleições que deram vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ausência de chefe e ministro. O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, desistiu de participar da coletiva.
Na mesa dos entrevistados inicialmente havia placas com os nomes de Vasques e do ministro da Justiça, Anderson Torres. Elas, porém, foram retiradas antes do início do evento.
Segundo a assessoria do ministério da Justiça, o motivo é que, naquele momento, Vasques e Torres estavam reunidos com outras autoridades para tratar dos bloqueios nas estradas.
Para a coletiva, os jornalistas foram orientados a escrever as perguntas a serem feitas em um papel.
PRF nas eleições. No domingo (30), o diretor-geral da PRF foi chamado a prestar esclarecimentos ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, e a suspender operações da corporação no dia da eleição.
No sábado (29), a Justiça Eleitoral havia determinado que a PRF não fizesse operações no transporte público, para não atrapalhar a votação. A ordem, porém, foi desobedecida até a metade da tarde do domingo.
Multa e ameaça de afastamento. Na segunda-feira (31), Moraes determinou que a PRF e as polícias militares dos estados desbloqueassem as rodovias. Ele ordenou que fossem tomadas "todas as medidas necessárias e suficientes, a critério das autoridades responsáveis do poder Executivo federal e dos poderes Executivos estaduais, para a imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido".
Moraes estipulou para Vasques uma multa de R$ 100 mil por hora e eventual afastamento do cargo, caso a ordem fosse descumprida.
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