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'O que vocês me orientam?', pergunta PRF a manifestantes que fecharam via
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Ao se dirigir a manifestantes que fecharam com caminhões uma rodovia nas proximidades de Blumenau, em Santa Catarina, um policial rodoviário federal usou hoje uma curiosa forma de abordagem. Em um vídeo, o PRF Ricardo Torres aparece dizendo que recebeu uma ordem (supostamente para desocupar a estrada) e pede aos caminhoneiros: "O que é que eu faço da vida? O que vocês me orientam para a gente interagir e encontrar a melhor solução, para que a gente consiga não sair com ninguém machucado, ninguém preso, ou que prejudique o meu trabalho".
O policial prossegue: "A manifestação vai continuar com vocês e nós, os dois servidores que estamos aqui, vamos monitorar e informar às nossas chefias que é a nossa missão. Mas, em nenhum momento... já assumi o compromisso aqui e reitero com todos vocês, nós chegaremos para atritar ou chegaremos para enfrentar os senhores, que são patrões nossos enquanto servidores públicos". Nesse momento, ele é aplaudido.
A seguir, o policial Torres explica que serão feitas "algumas fotos", mas explica que não são "nada pessoais", apenas para mostrar à chefia que a manifestação está pacífica. Em seguida, ele continua com o tratamento cordial. "Nenhum veículo que está aqui na manifestação será alvo de qualquer notificação. Eu não vou fazer (inaudível)".
O PRF alerta que não tem como garantir o procedimento de quem estará de serviço amanhã.
O vídeo dessa abordagem está sendo bastante compartilhado em grupos de mensagens de policiais rodoviários, que reagem indignados. Muitos apontam irregularidades flagrantes na negociação. Ao avisar das fotos, o policial joga por terra o trabalho da inteligência, que deveria ser feito sem ser notado. Quando diz que não vai notificar - ou se, multar - os caminhões que fecharam a via ele está prevaricando e prejudicando o trabalho de outra equipe que pode ir ao local para cumprir o dever que ele não cumpriu. Além disso, o tratamento dado aos manifestantes foi considerado excessivamente cordial.
Ricardo Torres é tratado nos grupos de WhatsApp como alguém próximo do diretor-geral, Silvinei Vasques, que fez carreira em Santa Catarina. Em uma das postagens na sua conta de Instagram ele publicou uma foto ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
A coluna enviou email à assessoria de imprensa da PRF em Santa Catarina, questionando se essa é a forma padrão de negociar com manifestantes. Assim que houver resposta será publicada aqui.
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