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Rodrigo diz que, se necessário, PM usará força para desobstruir vias em SP

Do UOL, em São Paulo

01/11/2022 10h26Atualizada em 01/11/2022 11h46

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), disse que, se necessário, a Polícia Militar empregará o uso de força para desobstruir vias bloqueadas por manifestantes bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições e fez um apelo para que os atos com pedidos antidemocráticos sejam encerrados. A declaração foi dada em coletiva convocada para tratar do assunto.

Para respaldar a decisão, o governador citou despacho de hoje do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determina que as polícias militares dos estados atuem para desobstruir as rodovias — inclusive as federais — e impõe multa de R$ 100 mil por hora e prisão em flagrante delito ao que estiverem cometendo crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Procuramos dialogar e negociar com esses manifestantes para que as vias fossem desobstruídas. E hoje, agora pela manhã, em virtude da decisão do STF, as negociações se encerram e, a partir de agora, vamos aplicar aquilo que determina a decisão judicial iniciando com multas de R$ 100 mil por hora para cada veículo que esteja contribuindo com essa obstrução. A partir também daí fichando e eventualmente prendendo aqueles manifestantes que porventura resistirem a desobstruir as vias e, se necessário, o emprego de uso de força Rodrigo Garcia, governador de São Paulo

Lula é o presidente. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, Rodrigo disse respeitar o resultado das urnas e espera que Bolsonaro reconheça a derrota — até agora ele não se manifestou. "Nós já reconhecemos a vitória do presidente Lula", disse o governador.

Ele fez um apelo aos manifestantes para que os atos sejam encerrados. O direito à manifestação está previsto na Constituição, mas pedidos antidemocráticos por um golpe de Estado do Exército para manter o candidato derrotado Bolsonaro no poder fazem parte do movimento e são ilegais.

"São Paulo respeita a democracia, o estado democrático de direito, e não vai ser manifestação ou baderna que vai fazer com que a sociedade não reconheça os resultados da urna. Aos vencedores, o mandato, e aos perdedores, o reconhecimento da derrota. É isso que determina a nossa Constituição e é isso que São Paulo vai preservar", destacou.

Quais vias têm registros de bloqueio em SP? Manifestantes pró-Bolsonaro bloquearam trechos da Castello Branco, da Régis Bittencourt e da Marginal Tietê.

Segundo Rodrigo, a polícia paulista está mobilizada para procurar evitar que as manifestações interrompam o direito de ir e vir da população e que 40 pontos que estavam obstruídos foram liberados — ele citou a liberação da Rodovia Hélio Schmidt, que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana do estado.

Ao menos vinte e cinco voos foram cancelados, segundo a assessoria de imprensa do GRU Airport — 12 ontem e 13 hoje. "A concessionária orienta os passageiros a verificarem a situação de seus voos com as companhias aéreas", informou a nota.

Sarrubbo: manifestação é de desrespeito ao resultado das urnas

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, declarou que medidas estão sendo tomadas dentro do Ministério Público contra os protestos de manifestantes bolsonaristas que paralisam rodovias no Estado. "Criamos um núcleo de ação integrada envolvendo os promotores de Justiça da Promotoria de Habitação e Urbanismo, que podem tomar medidas cautelares, no sentido de forçar desobstrução e cobrar multas, trazer a volta da normalidade", disse.

De acordo com Sarrubbo, na visão do Ministério Público, "trata-se de uma organização criminosa que está atentando contra o Estado Democrático de Direito no Brasil". "Trata-se de uma manifestação de desrespeito ao resultado das urnas, de desrespeito à vontade do povo brasileiro." Conforme ressalta, o Ministério Público "não se curvará" e defenderá a democracia e paz do Estado de São Paulo e Brasil "de forma absolutamente intransigente".