A convite do PT, MDB fará parte do conselho político da transição de Lula
O presidente do MDB, Baleia Rossi, apresentará até amanhã um nome do partido para compor a equipe do conselho político do governo de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O convite para integrar o grupo foi formalizado hoje pela deputada federal Gleisi Hoffmann, dirigente nacional do PT.
É uma decisão que não vou tomar sozinho. O MDB tem muitos líderes, vou conversar com cada um deles. Mas posso adiantar que vejo no partido um espírito colaborativo.
Baleia Rossi, presidente do MDB
Apesar do discurso do emedebista de que haverá uma consulta para fazer parte do governo de transição, integrantes da alta cúpula do MDB afirmam que a parceria para a transição de Lula foi firmada. Falta definir o nome de quem representará o partido. "Vamos discutir sobre isso", disse Baleia ao UOL.
A reaproximação com o PT ocorre depois de o MDB liberar os diretórios estaduais para apoiarem a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. Na sexta-feira (4), Baleia negou "alinhamento automático" com o governo eleito. "Há uma disposição de colaboração, mas dentro de uma agenda para o Brasil. Por exemplo, a reforma tributária. Não queremos relação fisiológica", disse.
Hoje, o dirigente reforçou a disposição da sigla em colaborar com o petista. "O MDB é o partido mais democrático do Brasil e pode ajudar muito na questão da agenda nesse processo de transição. O partido tem espírito colaborativo muito grande para que a gente possa avançar nas pautas para o país."
Quais partidos farão parte do conselho político? Além do MDB, o grupo de transição de Lula será formado por representantes das siglas que participaram da coligação do petista na disputa pelo Palácio do Planalto, como PSOL, PDT, PSD e PSB.
"Isso não prejudica a indicação de técnicos e pessoas que possam ajudar nos processos e grupos de trabalho do processo de transição. Serão, se não me engano, 32 grupos de trabalho para fazer um diagnóstico do governo", afirmou Gleisi.
Equipe de transição será dividida em cerca de 30 grupos de trabalho. A presidente do PT informou que 50 pessoas deverão compor o time. Cada um cuidará de um tema, a ser desenvolvido na sede do governo de transição, instalada no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília. A senadora Simone Tebet (MDB) cuidará na área de Desenvolvimento Social.
Os nomes não necessariamente farão parte da composição ministerial de Lula a partir de 2023. "Quem participar da transição, necessariamente não será ministro. Transição de governo é uma coisa, composição de ministério é outra", pontuou a presidente do PT.
O UOL confirmou com a coordenação de transição 11 nomes que trabalharão junto ao indicado pelo MDB no processo de mudança de governo:
- Antônio Brito (PSD)
- José Luiz Penna (PV)
- Daniel Tourinho (Agir)
- Carlos Siqueira (PSB)
- Wolney Queiroz (PDT)
- Guilherme Ítalo (Avante)
- Luciana Santos (PCdoB)
- Juliano Medeiros (PSOL)
- Felipe Espirito Santo (Pros)
- Jefferson Coriteac (Solidariedade)
- Wesley Diógenes (Rede Sustentabilidade)
Os nomes dos representantes serão anunciados pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), em data a ser definida.
Lula chega hoje a Brasília, onde se encontrará com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.
Expectativa de reformas
Em entrevista a jornalistas, Baleia Rossi disse hoje que fez ponderações à presidente do PT sobre algumas pautas caras ao MDB, como a reforma tributária.
"Claro que pode ter mudanças, mas é uma pauta que conversa com a sociedade, principalmente com as propostas do presidente Lula de gerar emprego, renda e que nossa economia volte a crescer", disse o dirigente.
Gleisi afirmou que temas como reforma trabalhista e a privatização da Petrobras não são temas da transição.
"A transição é um período que fazemos diagnóstico de governo, não é programática. Ela também elenca medidas emergenciais para começar um governo. Precisamos saber o que foi desmontado, o que não foi, o que tem a pagar", disse.
Baleia reforçou a importância de que o próximo governo adote sugestões programáticas apresentadas por Simone Tebet para as áreas de educação, saúde e política para as mulheres.
Gleisi afirmou que todas as decisões serão tomadas de forma conjunta após a cerimônia de posse.
"Claro que os grupos de trabalho também vão determinar sugestões. Mas a questão programática se dará durante o governo. A questão da reforma trabalhista foi objeto de discussão na campanha. O presidente Lula deixou claro que tem o objetivo de discutir a revisão de pontos ou não, e ele chamará todos os interessados para tomar uma decisão dessa magnitude. Jamais vai tomar essa decisão sozinho", afirmou Gleisi.
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