Na avaliação do colunista do UOL Notícias Chico Alves, são pertinentes as críticas que a equipe de transição para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem sofrendo pela ausência de pessoas negras em áreas estratégicas. Além do baixo número de pessoas negras no grupo, a falta de nordestinos também vem sendo alvo de críticas.
"Realmente está muito pouco. Está sub-representada a população negra nessa equipe de transição. A gente espera que, não só nos ministérios, como também na equipe de governo, quando for anunciada, que esse problema seja sanado, já que essa é uma marca que o PT tem no seu discurso.[...] É importantíssimo que o governo do PT e seus aliados tenham a preocupação com políticas voltadas para a população negra. Mas é preciso que os próprios, as próprias pessoas negras façam ou colaborem com a confecção dessas políticas", avaliou Chico durante o UOL News de hoje.
Ainda durante o comentário sobre o tema, Chico Alves avaliou de forma positiva o nome do líder comunitário Renê Silva, que, nos últimos dias, vem sendo cotado para assumir a Secretaria Nacional da Juventude.
"É importante que as pessoas negras atuem também em áreas que não sejam só com relação à luta antirracista, à luta ao preconceito, porque há ótimas pessoas negras que são economistas, assistentes sociais, e em todas as áreas.[...] Na equipe de transição, eu acho que ficou devendo um pouco, mas que no futuro governo isso seja sanado", acrescentou o colunista.
Chico destacou, no entanto, que a equipe de transição está "equilibrada" e possui "bons nomes". Ele avalia, ainda, que o grupo montado pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), fará um bom trabalho caso o governo Jair Bolsonaro (PL) envie os dados de forma transparente.
"[Alckmin] disse que não está tendo acesso aos dados do desmatamento, que já estão disponíveis dados de desmatamento do final do ano passado. Se o governo não consegue dar esse tipo de dado, que tem pouco tempo, imagine em outras áreas. Espero que o governo que sai colabore com o que está entrando, e que essa transição seja feita de uma forma serena", completou.
Maria do Rosário destaca representatividade na equipe de transição para o governo Lula
Em meio a críticas pela ausência de pessoas negras em pastas estratégicas da equipe de transição para o governo Lula (PT), a deputada federal Maria do Rosário, integrante da pasta de Direitos Humanos do grupo, afirmou durante o UOL News de hoje que há sim uma "composição plural" no time coordenado pelo vice-presidente eleito.
"Na área de direitos humanos mesmo, a gente tem aqui compondo este grupo pessoas mais diversas, pessoas com deficiência, pessoas negras, pessoas LGBTQIA+, mulheres, homens, de diferentes regiões do Brasil. É uma satisfação para a gente poder estar trabalhando come essa diversidade.[...] Já estamos mudando o jeito na transição e imagino que no governo também vai mudar muito o jeito do governo que está saindo.[...] Já vejo pessoas das mais diversas áreas, com muita competência, para estarem na equipe de trabalho. Agora a missão é fazer o diagnóstico, ouvir a sociedade, adentrar o orçamento, contas, convênios que não podem ser descontinuados, e olhar muito a construção dessa PEC De Transição para o cumprimento das metas", comentou a deputada durante sua participação no programa.
Governo Bolsonaro tem muitas informações oficiais 'sob névoa', diz deputada
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), escalada para o grupo técnico de Direitos Humanos da equipe de transição para o governo Lula (PT), afirmou em entrevista ao UOL News hoje que "muitas informações foram colocadas sob uma névoa" durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Estamos fazendo diagnóstico dos programas que estão acontecendo. Já começamos a fazer o levantamento, muito mais, nesse momento, com a contribuição da sociedade civil do que informações de dentro do governo. Agora nós estamos nos estruturando para iniciar o processo de buscar as informações mais oficiais dentro do sistema, mas já verificamos que há muitas informações colocadas sob um manto, uma névoa, que nós vamos precisas perguntar", afirmou a petista.
Ainda durante sua participação no programa, a parlamentar, que foi ministra na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, entre 2011 e 2014, destacou que o TCU (Tribunal de Contas da União) será necessário no processo. A Corte formou uma comissão para acompanhar o processo de transição entre governos, visando avaliar a regularidade do processo sob os aspectos administrativos, operacionais, orçamentários e financeiros.
"A nossa comissão está fazendo um questionamento, que enviará tanto ao governo, através do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), que é o coordenador da transição, como enviará ao TCU, que faz um acompanhamento da execução orçamentária das políticas públicas. Nós estamos acreditando que o TCU poderá ser um instrumento importante para que o próximo governo chegue conhecendo o que vai estar lidando. Nosso objetivo na transição é entregar os relatórios para o próximo governo", completou Maria do Rosário.
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