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Religiosos de matriz afro relatam na ONU violência sem punição no Brasil
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Religiosos de matriz africana do Brasil e ativistas de direitos humanos estão em Genebra, na Suíça, participando de reuniões do Comitê pela Eliminação da Discriminação Racial e Direitos Humanos da ONU (CERD). Um dos objetivos é denunciar o aumento da violência e dos ataques aos terreiros de candomblé e umbanda, sem que os agressores sejam punidos.
"Há omissão e impunidade dos agentes públicos, que não impedem violações de terreiro e depredação, violência simbólica, verbal ou física", denunciou à coluna o babalorixá Adailton Moreira, sucessor da respeitada Mãe Beata de Iemanjá no terreiro de candomblé Ilê Omijuarô, localizado em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.
"Viemos até aqui para provocar o Estado brasileiro a cumprir as medidas relacionadas a questões de direitos humanos que estão sendo desrespeitadas", diz ele.
Adailton reclama da falta de resolução desses problemas pelas vias judiciais. "A gente não vê efetiva punição para os crimes. Casas e lideranças são violentadas com agressão ou constrangimento público e as instituições não fazem valer os direitos das vítimas", lamenta o babalorixá.
Segundo diz, a Constituição não se faz valer por omissão do Estado. Além de Adailton, representantes de outros terreiros e ONGs antirracistas estão na reunião para cobrar que o Estado brasileiro para que cumpra com os tratados internacionais por direitos humanos em que o país é signatário.
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