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Bolsonaristas hostilizam jornalistas antes de anúncio sobre urnas

Do UOL, em Brasília

22/11/2022 16h33Atualizada em 22/11/2022 17h00

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que aguardavam o pronunciamento do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre as urnas eletrônicas agrediram e hostilizaram jornalistas hoje (22) no local onde ocorreu a declaração do político, em Brasília.

O grupo se reuniu em frente ao local e pressionava para entrar na sala da coletiva de imprensa. Houve relatos de agressões físicas contra uma jornalista e xingamentos a outros integrantes da imprensa.

Após insistirem, os bolsonaristas conseguiram entrar no local. Diante do episódio contra uma colega de profissão, outros jornalistas afirmaram que se negariam a ficar na sala, diante da falta de segurança.

Relatório contra urnas. O PL, de Costa Neto, protocolou hoje (22), no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), um relatório sobre um suposto mau funcionamento das urnas eletrônicas na disputa presidencial deste ano, na qual Bolsonaro saiu derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A análise pede a invalidação de votos em urnas fabricadas até 2020. O partido encaminhou uma Representação Eleitoral para Verificação Extraordinária à Corte.

"Pretende-se com a Verificação Extraordinária, ora requerida, confirmar os 'Indícios de Mau Funcionamento das Urnas Eletrônicas' apresentados no Relatório Técnico do PL, de modo a comprovar a incerteza dos resultados gerados pelas urnas eletrônicas de modelos de fabricação anteriores a UE2020, ou seja, modelos UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015", diz um trecho do documento.

Invalidar votos. Em vídeo divulgado nas redes sociais no fim de semana, Costa Neto afirmou que o PL buscaria o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para tentar invalidar votos registrados em urnas produzidas até 2020. "Pelo estudo que nós fizemos, tem várias urnas que não podem ser consideradas", disse ele no último sábado.

Costa Neto garantiu que o PL apresentaria essa análise à Corte eleitoral hoje (22). O dirigente negou, no entanto, que a sigla queira rever o pleito. "Não queremos nova eleição, não queremos agitar a vida do país, mas eles [TSE] têm que decidir o que vão fazer", alegou.

Em negação. Segundo apuração de Thaís Oyama, colunista do UOL Notícias, Bolsonaro continua inconformado com a derrota nas urnas e telefona praticamente todos os dias para Valdemar pressionando-o para que tome uma medida judicial contestando o resultado da eleição presidencial.

Não há qualquer indício de fraude ou problema técnico no pleito, conforme já atestaram o TCU e as próprias Forças Armadas. Três missões internacionais de observação eleitoral também emitiram relatórios preliminares atestando a segurança das urnas eletrônicas, logo depois do primeiro turno.