Topo

Esse conteúdo é antigo

Gleisi, PSDB e PSOL criticam pedido do PL para anular votos: 'Insensatez'

Resultado da eleição deu vitória a Lula (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) - Getty Images
Resultado da eleição deu vitória a Lula (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

22/11/2022 17h07Atualizada em 22/11/2022 17h59

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o PSDB e o PSOL reagiram ao pedido do PL (Partido Liberal) que busca invalidar votos do 2º turno da eleição presidencial em urnas fabricadas até 2020. O partido do presidente Jair Bolsonaro encaminhou uma Representação Eleitoral para Verificação Extraordinária ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), derrotado nas eleições por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A deputada defendeu que a ação seja "punida como litigância de má fé". Gleisi ressaltou que a eleição foi "decidida no voto" e que "o Brasil precisa de paz para construir um futuro melhor".

"Ação de Bolsonaro no TSE é chicana que tem de ser punida como litigância de má fé. Chega de catimba, de irresponsabilidade, de insultos às instituições e à democracia", escreveu a presidente do PT.

A ação, contudo, já foi respondida nesta tarde pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, que pediu que o PL apresente também os dados referentes ao primeiro turno das eleições em até 24 horas. Segundo Moraes, as urnas citadas pela legenda também foram usadas na votação de 2 de outubro.

O Partido da Social Democracia Brasileira disse que a ação é "uma insensatez". A legenda lembrou que o sistema eleitoral brasileiro "já elegeu líderes de centro, de direita e de esquerda utilizando a urna eletrônica".

"É uma insensatez e terá a objeção das nossas instituições, da comunidade internacional e da sociedade brasileira. O momento é de colaborar democraticamente com a transição de governo", compartilhou o PSDB.

Já o PSOL disse que essa é mais uma "manobra dos golpistas" e que a ação não respeita o voto popular. A legenda também "mandou avisar" que "Lula vai tomar posse em 1º de janeiro".

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reforçou a confiabilidade no sistema eleitoral brasileiro e disse que o resultado das urnas é "incontestável". O senador afirmou, porém, que não acompanhou o pronunciamento da legenda e que vai buscar entender as alegações do PL.

A representação da alega suposta falha nos chamados "logs de urna" — registros com dados dos equipamentos — em cinco dos seis modelos de urnas usados na votação. O pedido do partido é invalidar os votos, mas somente no segundo turno. No primeiro turno, o PL elegeu 99 parlamentares.

Segundo o PL, somente a urna modelo UE2020 das urnas confeririam um voto "auditável". Neste cenário, os votos dariam vitória ao presidente Jair Bolsonaro (PL)Ao todo, 192 mil urnas do modelo recente foram usadas no segundo turno em um total de 472 mil — uma eventual anulação excluiria votos dados em 58,18% das urnas.

Resultado da eleição. Lula derrotou Bolsonaro e está eleito pela terceira vez. O petista teve numericamente a maior votação da história —o recorde anterior era dele mesmo, em 2006, com 58.295.042 votos.

Esta é a quinta eleição do PT para a chefia do país —sempre em segundo turno— e a primeira vez que um presidente no exercício do mandato perde a reeleição.

Entenda a contestação:

  • O relatório pede a invalidação dos votos das urnas fabricadas antes de 2020. Com isso, 58,18% das urnas do segundo turno teriam seus votos anulados
  • Não há reclamação sobre a votação do primeiro turno, quando o PL elegeu 99 deputados federais e oito senadores
  • A segurança das urnas já foi comprovada pelo TCU, OAB e Forças Armadas. Três missões internacionais de observação eleitoral também emitiram relatórios preliminares
  • O PL sustenta que só os votos das urnas do modelo UE2020 são "auditáveis". Os votos delas dariam vitória, segundo o partido, ao presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições
  • Na contestação, o partido disse não haver indício de fraude ou problema técnico no sistema de votação brasileiro