Após pedido do PL, Pacheco diz que resultado das urnas é 'inquestionável'
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reforçou a confiabilidade no sistema eleitoral brasileiro após o PL (Partido Liberal) apresentar um questionamento sobre o resultado do segundo turno da eleição presidencial, com pedido de invalidação de votos em urnas fabricadas até 2020. O senador disse, porém, que não acompanhou o pronunciamento da legenda.
"Eu não consegui acompanhar o pronunciamento, então não tenho informações precisas em relação a isso. O que eu tenho é o conhecimento nacional de que o resultado e o relatório de urnas válidos são os do dia 30 de outubro, quando houve abertura das urnas e foi dada a vitória ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Eu considero que este fato é inquestionável", disse, em coletiva no Senado.
Temos que ter responsabilidade de compreender e diagnosticar o que está sendo dito, para ter uma conclusão. Vamos conhecer quais são os argumentos [do PL] para poder, eventualmente, responder
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
A representação alega suposta falha nos chamados "logs de urna" — registros com dados dos equipamentos — em cinco dos seis modelos de urnas usados na votação. O pedido do partido é invalidar os votos, mas somente no segundo turno. No primeiro turno, o PL elegeu 99 parlamentares.
A ação, contudo, já foi respondida nesta tarde pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, que pediu que o PL apresente também os dados referentes ao primeiro turno das eleições em até 24 horas. Segundo Moraes, as urnas citadas pela legenda também foram usadas na votação de 2 de outubro.
Apesar da contestação, não há indícios de fraude ou problema técnico no sistema de votação brasileiro. A segurança das urnas já foi comprovada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e pelas Forças Armadas. Três missões internacionais de observação eleitoral também emitiram relatórios preliminares atestando a segurança das urnas eletrônicas, logo depois do primeiro turno.
Desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano, bolsonaristas têm contestado o resultado do pleito. Apoiadores de Bolsonaro fecharam estradas e fizeram protestos em frente aos quartéis pedindo uma "intervenção federal" ou "militar".
Resultado da eleição. Lula derrotou Bolsonaro e está eleito pela terceira vez. O petista teve numericamente a maior votação da história —o recorde anterior era dele mesmo, em 2006, com 58.295.042 votos.
Esta é a quinta eleição do PT para a chefia do país —sempre em segundo turno— e a primeira vez que um presidente no exercício do mandato perde a reeleição.
Entenda a contestação:
- O relatório pede a invalidação dos votos das urnas fabricadas antes de 2020. Com isso, 58,18% das urnas do segundo turno teriam seus votos anulados
- Não há reclamação sobre a votação do primeiro turno, quando o PL elegeu 99 deputados federais e oito senadores
- A segurança das urnas já foi comprovada pelo TCU, OAB e Forças Armadas. Três missões internacionais de observação eleitoral também emitiram relatórios preliminares
- O PL sustenta que só os votos das urnas do modelo UE2020 são "auditáveis". Os votos delas dariam vitória, segundo o partido, ao presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições
- Na contestação, o partido disse não haver indício de fraude ou problema técnico no sistema de votação brasileiro
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