Em fala golpista, Zambelli pede que generais não reconheçam governo Lula
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) gravou um vídeo no qual, em tom golpista, incentiva militares das Forças Armadas a não reconhecerem a vitória e o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em mensagem gravada ontem (29) e direcionada aos generais de quatro estrelas, a parlamentar questiona se eles "vão querer prestar continência a um bandido".
"Dia 1º de janeiro, senhores generais quatro estrelas, vão querer prestar continência a um bandido ou à nação brasileira? Não é hora de responder com carta se dizendo apartidário. É hora de se posicionar. De que lado da história vocês vão ficar?", questionou.
O questionamento vem após uma nota divulgada pelo Exército Brasileiro, na qual o órgão se disse apartidário. O texto responde alegações de que haveria generais que se posicionariam contra uma ação das Forças Armadas.
"Os militares da ativa, por definição legal e por compromisso com a Nação Brasileira, são apartidários em suas condutas, preservando os valores pertinentes à carreira das Armas", diz a nota publicada segunda-feira (28).
Além disso, Carla Zambelli pediu para que os militares escutem os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que desde 30 de outubro realizam protestos golpistas contra o resultado das eleições. Além de pedidos de "intervenção federal", os manifestantes têm pedido para que as Forças Armadas "salvem o Brasil".
Com as redes sociais suspensas desde 1º de novembro, Zambelli criou um novo perfil no Instagram, no qual compartilhou o vídeo. A deputada teve contas do Twitter, Instagram, YouTube, TikTok e LinkedIn bloqueadas por uma determinação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Militares envolvidos em atos golpistas. O militar da Marinha Ronaldo Ribeiro Travassos foi apontado como coordenador de atos antidemocráticos em frente a quartéis das Forças Armadas.
O jornal Folha de S. Paulo mostrou que além das mensagens e vídeos enviados aos grupos de bolsonaristas, o militar lotado no GSI, chefiado pelo general Augusto Heleno, também afirma que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vai tomar posse em 1º de janeiro. A reportagem mostrou ainda que Travassos defende o assassinato de eleitores de Lula.
O outro nome citado é de Andriely Cirino. No início de novembro, o site The Intercept Brasil mostrou que o capitão da ativa do Exército, lotado no gabinete pessoal da Presidência da República, compartilha mensagens com conteúdos golpistas, nega o resultado das eleições presidenciais, e estimula manifestações antidemocráticas.
Cirino utiliza aplicativos de mensagens para levantar suspeitas infundadas contra as urnas eletrônicas. Os conteúdos são destinados a servidores ligados ao alto escalão do Planalto e assessores de diversos ministérios, conforme mostrou a reportagem.
* Com Estadão Conteúdo
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