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OPINIÃO

Josias: Eduardo Bolsonaro no Qatar é grave se levarmos fala dele a sério

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/11/2022 10h50

Na avaliação do colunista do UOL Josias de Souza, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) fez um papel ridículo ao afirmar que foi até o Qatar durante a realização da Copa do Mundo para levar pen drives que "explicam a situação do Brasil" para o mundo. Josias também classificou a atitude como grave, levando-se em consideração que o deputado é filho do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Se formos levar Eduardo Bolsonaro a sério, seria necessário que uma autoridade judiciária expedisse um mandado para aguardar o deputado no seu desembarque no Brasil para prendê-lo em flagrante, porque ele está patrocinando uma conspiração internacional contra a democracia brasileira", começou Josias durante participação no UOL News.

"Se formos levá-lo a sério é mais grave do que simplesmente torcer pela seleção brasileira desrespeitando aqueles que eles incitam a permanecer nas portas dos quartéis, mas é ridículo. Não é grave apenas, é ridículo", completou.

Josias também afirmou que o fato de Eduardo Bolsonaro ser filho do atual presidente torna a situação ainda mais grave, e que é justamente esse fato que proporciona que sua ida ao Qatar gere repercussão.

"O problema é que ele carrega o sobrenome do pai e infelizmente esse sujeito está arrastando pelo mundo o sobrenome de um presidente golpista que o Brasil teve a infelicidade de eleger. (...) nós não estaríamos aqui tratando desse assunto se ele chamasse Eduardo Bananinha. Ele está no Qatar distribuindo pen drives explicando a situação brasileira. O que ele está explicando? Que a eleição não valeu e vai haver uma virada de mesa? É ridículo mas ele leva o sobrenome do pai, não é um bananinha".

Ainda durante a participação no programa, o colunista do UOL afirmou que a viagem também é um desrespeito com "fanáticos" que ocupam ruas pelo Brasil pedindo intervenção militar em atos golpistas.

"Desrespeita aqueles fanáticos que eles estimulam a permanecerem na frente de quartéis [enquanto ele é] pilhado em flagrante torcendo ao lado da mulher que ele levou lá como parte dessa mensagem que está passando ao mundo. Está expondo o país ao ridículo dizendo que está difundindo uma mensagem golpista".

Josias: Valdemar ignora o TSE e mantém sua aposta na baderna golpista de Bolsonaro

"Imaginou-se que aquela mordida de R$ 22,9 milhões que Alexandre de Moraes deu na caixa registradora do PL serviria de lição para Valdemar da Costa Neto, mas foi um engano. O dono do PL dobrou a sua aposta na baderna golpista do Bolsonaro", disse Josias sobre a declaração do presidente do PL de que Bolsonaro não "deixaria bolsonaristas na mão".

"Essa multa que o TSE impôs ao PL foi aplicada por litigância de má fé e o questionamento às urnas que resultou nessa multa ao partido resultou também na inclusão de Valdemar da Costa Neto no inquérito sobre milícias digitais. Aparentemente o Valdemar, que é um ex-presidiário do Mensalão, parece acreditar que um raio não cai no mesmo lugar duas vezes e acha que não vai para a cadeia de novo", completou.

Governador do ES: Aracruz é argumento para retomar Estatuto do Desarmamento

Durante participação no UOL News o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou que a tragédia que aconteceu na cidade de Aracruz (ES) é um argumento para que o Estatuto do Desarmamento seja retomado e também disse esperar que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retome essa discussão.

"Acho totalmente possível que o presidente Lula já entre no governo assinando decretos e encaminhando projetos de lei ao Congresso Nacional retrocedendo e estabelecendo a retomada do Estatuto do Desarmamento. O fato que aconteceu aqui no Espírito Santo é mais um argumento que ele tem para poder fazer e tomar essas atitudes", disse.

Ele também destacou que o Brasil vive um ambiente de violência e creditou esse ambiente ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e suas falas, além da política que foi adotada durante seu governo para facilitar o acesso a armas de fogo.

"Considero que o presidente Jair Bolsonaro sim, tem responsabilidade não neste ato específico, mas no ambiente de violência, porque todos os atos do Bolsonaro foram voltados para flexibilizar o acesso às armas e em todo momento que pode incentivar que alguém tivesse armas e pudesse usar as armas, ele fez isso".

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