Mercadante critica 'passa boiada' de Bolsonaro: 'Precisa de maturidade'

O ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), membro da transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que o relacionamento com os Ministérios sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) é "desigual" e criticou a falta de transparência.

"A relação com o governo tem sido desigual. Em alguns ministérios, sentimos colaboração, reconhecimento republicano das eleições, depois farei o reconhecimento. Com outros, é muito mais difícil... Uma resposta protocolar", comentou ele, que é coordenador técnico dos grupos da transição.

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"Tem ministério que, durante a pandemia, se especializou em passar a boiada e tem muita dificuldade em compartilhar informações", completou.

A expressão "passar a boiada" foi dita pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que atuou durante a gestão de Bolsonaro.

Em reunião ministerial em 22 de abril de 2020, Salles soltou a frase e defendeu que o governo aproveitasse a crise sanitária causada pelo novo coronavírus para "passar a boiada". Depois, o ex-ministro respondeu que a "frase foi tirada de contexto", e que ele "queria desburocratizar, simplificar e colocar regras de maneira racional".

Precisa ter maturidade, respeitar a vontade do povo. Quero pedir publicamente que propostas de reestruturação sejam encaminhadas
Aloizio Mercadante (PT)

Em relação às especulações de nomes para o Ministério da Defesa, Mercadante disse agora que Lula "já tem o desenho" da sucessão no comando das três forças: "Deve anunciar em breve".

O nome de José Múcio Monteiro, ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), para a Defesa agrada tanto a equipe de Lula quanto militares, segundo apuração da colunista Thaís Oyama, do UOL.