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Kassab: 'Não faria sentido o PT gastar energia contra o Lira'

Gilberto Kassab (PSD), futuro secretário do Governo do Estado de São Paulo, durante coletiva com os secretários escolhidos para integrar o futuro governo de Tarcísio de Freitas - ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO
Gilberto Kassab (PSD), futuro secretário do Governo do Estado de São Paulo, durante coletiva com os secretários escolhidos para integrar o futuro governo de Tarcísio de Freitas Imagem: ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

04/12/2022 09h51Atualizada em 04/12/2022 10h51

O presidente do PSD Gilberto Kassab avaliou, em entrevista concedida ao jornal O Globo, como positivo o apoio do PT e do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara.

"Ele está em busca de uma tranquilidade que o PT não teve no governo de Dilma Rousseff. A derrota na eleição da Câmara para Eduardo Cunha em 2015 custou muito caro. Não faria sentido o PT gastar energia contra Lira", disse Kassab ao jornal.

Relação Dilma-Cunha resultou no impeachment. Na entrevista, Kassab faz referência ao momento em que, em 2015, o PT decidiu não apoiar a reeleição de Eduardo Cunha, do MDB (partido então da base aliada e de Michel Temer, vice de Dilma), à eleição da Câmara.

O partido lançou Arlindo Chinaglia (PT-SP), que perdeu a disputa.

Com a relação estremecida com o governo federal, em dezembro de 2015, Cunha autorizaria o início do rito do processo de impeachment de Dilma, que seria referendado pela Câmara e pelo Senado posteriormente.

Lula começa governo de forma diferente de Bolsonaro. Para Kassab, o petista já articula uma base de apoio antes de começar seu terceiro mandato. E esse movimento tem a ver com a presidência da Câmara:

"Acho que apoiar o Lira é uma decisão correta, porque ele mostrou ao longo dos últimos tempos que é cumpridor e tem perfil pragmático. Lula vai iniciar o seu governo de maneira diferente de Bolsonaro, que começou sem alguma base quatro anos atrás", declarou o ex-ministro da Ciência.

Centrão do Lula? O movimento de Lula com nomes do chamado Centrão para costurar apoios estratégicos antes de receber a faixa presidencial causou estranhamentos, já que o presidente eleito chegou a criticar a concentração de poder nas mãos do presidente da Câmara.

Para Kassab, porém, esses são ossos do ofício de fazer uma campanha eleitoral: "Campanha é campanha, né? [...] É preciso ter inteligência emocional na vida pública", declarou ao O Globo.

Questionado sobre a formulação de um possível "Centrão do Lula" — em contraponto ao Centrão do Bolsonaro, composto por partidos como PP, PL e Republicanos —, Kassab descartou a possibilidade da consolidação desse bloco desde já.

"PSD e MDB jamais estiveram nesse bloco, e o União Brasil é uma sigla nova. Agora, é evidente que vamos ajudar a governar e a indicar cargos, o que é a essência da democracia", afirmou.

Os nomes de Kassab. Ao jornal, Gilberto Kassab afirmou que o PSD tem "três indicações muito bem qualificadas". São elas:

  • O deputado federal Pedro Paulo Carvalho (PSD-RJ) para "a área econômica e na gestão do planejamento";
  • O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) para "polícias na agricultura";
  • E o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que Kassab acha "bem interessante" para a área de infraestrutura.