Mercadante sobre ato de Castillo: 'América Latina precisa de democracia'
O ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), coordenador das equipes de transição do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comentou as ações de Pedro Castillo, no Peru, e ressaltou que "a América Latina precisa de democracia". Hoje, mais cedo, o então presidente anunciou que iria dissolver o Congresso Nacional e instituir um "governo de emergência excepcional".
"Não temos todas informações ainda, mas te uma questão fundamental, a América Latina precisa de democracia, respeito à soberania do voto, [...] Qualquer que tenha sido a verdadeira história, é inaceitável mais uma vez quebrar a institucionalidade, a democracia, o estado democrático de direito", disse Mercadante, durante coletiva de imprensa.
Jornais peruanos chamaram a decisão de Castillo de uma tentativa de golpe de estado. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Castillo acusa o Congresso de impedi-lo de governar.
"O Congresso destruiu o estado de direito, a democracia, a separação dos poderes, modificando a Constituição com leis ordinárias com objetivo de destruir o Executivo e instaurar uma ditadura parlamentar", argumentou.
Presidente do Peru sofre impeachment e vice assume cargo. A advogada Dina Boluarte assumiu a presidência após a aprovação do impeachment de Pedro Castillo por "incapacidade moral". A cerimônia de juramento e posse aconteceu pouco mais de duas horas após a votação sobre o afastamento de Castillo.
Boluarte é a primeira mulher presidente o país, e a 6ª pessoa a ocupar o cargo desde março de 2018. O mandato terminará em julho de 2026.
Em seu primeiro discurso, Boluarte reconheceu a preocupação dos peruanos com "a difícil conjuntura" do país. A nova presidente disse que governar o Peru "não será tarefa fácil", que vai priorizar a economia e combater a corrupção, e defendeu a urgência de uma reforma política.
Boluarte também pediu unidade e "um amplo processo de diálogo entre todas as forças políticas representadas ou não no Congresso" para buscar as mudanças que o país precisa. A presidente ainda solicitou "uma trégua política" para implantar o novo "governo de unidade nacional".
Castillo foi preso pela polícia. O procurador-geral do Estado, Daniel Soria, apresentou uma denúncia criminal contra Castillo pela "suposta prática dos delitos de sedição, abuso de autoridade e grave perturbação da tranquilidade pública".
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