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Nomes de partidos que apoiaram impeachment de Dilma querem Agricultura

Carlos Fávaro (PSD-MT), Neri Geller (PP-MT), Sérgio Souza (MDB-PR) e Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) - Reprodução
Carlos Fávaro (PSD-MT), Neri Geller (PP-MT), Sérgio Souza (MDB-PR) e Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) Imagem: Reprodução

Do UOL, em Brasília

08/12/2022 04h00Atualizada em 08/12/2022 14h45

Responsável por ao menos um quarto do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, o agronegócio tem sido um dos setores mais cobiçados dentro da transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O que deve acontecer?

  • O ministério deve ser desmembrado em três pastas com a criação da Pesca e do Desenvolvimento Agrário
  • A parte principal, a Agricultura, está na mira de diversos nomes de partidos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e que não fizeram parte da aliança petista
  • Na lista, estão parlamentares de PSD, PP, MDB e Cidadania

O que o governo eleito deve levar em conta para sua escolha?

  • Além de acomodar acordos e alianças, a composição da Esplanada de Lula deverá servir também para garantir sua base no Congresso.
  • Sendo assim, a quantidade de votos que o ministro entregará ao futuro governo no Parlamento será crucial para sua escolha.

Quem são os cotados:

O nome do senador Carlos Fávaro (PSD-MT) ganhou tração nas últimas semanas. Em entrevista ao UOL Notícias, na semana passada, ele disse que a Agricultura estará do mesmo lado que o Meio Ambiente e que a resistência do agronegócio ao presidente eleito está cada vez menor. O PSD negocia dois ministérios na gestão Lula, e o nome do parlamentar esbarra nessas negociações.

Caso assuma o ministério, Fávaro deixará sua cadeira no Senado para a empresária Margareth Buzetti (PP-MT), apoiadora de Jair Bolsonaro, e próxima de Blairo Maggi, ex-ministro da Agricultura do governo de Michel Temer (MDB). Buzett já foi avisada de que, se continuar no PSD, deverá apoiar o governo Lula. No entanto, ela poderia mudar de sigla para pavimentar o caminho de Fávaro à Esplanada.

Outro cotado é o deputado Neri Geller (PP-MT), que tem participado ativamente das atividades do gabinete de transição e sido um dos principais porta-vozes do grupo técnico da agricultura. Geller é figura tradicional do agronegócio e ex-ministro do governo de Dilma Rousseff (PT). Apesar de ser do PP, partido de Ciro Nogueira (ministro de Jair Bolsonaro), fez campanha para a eleição de Lula, com anuência da sua sigla.

Geller, porém, teve o mandato cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em agosto, por abuso de poder econômico nas eleições de 2018, pela doação de R$ 1,3 milhão para candidatos a deputados estaduais. Ele ficou inelegível por oito anos. Esses imbróglios na Justiça podem ser um impeditivo para sua nomeação.

Acostumada a escolher o comando da Agricultura, a FPA (Frente Parlamentar do Agronegócio), conhecida como bancada ruralista, também tenta emplacar o nomeado. Um dos cogitados é o atual presidente da frente, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR). Nos bastidores da transição, no entanto, as chances de Souza são poucas.

Há ainda o nome do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), que foi secretário de Agricultura do governo de São Paulo durante a gestão de Geraldo Alckmin (PSB). Tem trânsito no agronegócio, na FPA e também no centrão. A resistência da bancada do Cidadania em fazer parte da base do governo Lula no Congresso, no entanto, esvaziou as chances de Jardim assumir a pasta.