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OPINIÃO

Tales: Moraes está com a bola cheia no meio político e é visto como herói

Colaboração para o UOL

13/12/2022 09h47

O colunista do UOL Tales Faria relatou como foi visto no mundo político o discurso de Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na cerimônia de diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice, Geraldo Alckmin, realizada nesta segunda-feira (12). Tales contou que Moraes tem sido encarado como herói em Brasília.

"Moraes está com a bola cheia no mundo politico. Ele é visto como grande herói das eleições, na medida que garantiu rigidez do processo eleitoral e blindagem do tribunal e dos candidatos", explicou Tales em participação no UOL News.

O colunista também destacou um trecho específico do discurso, em que Moraes diz ter identificado quem financia as manifestações antidemocráticas realizadas recentemente.

"Moraes disse que grupos organizados já estão detectados. Ele detectou nas investigações quais foram os grupos organizados. Quando ele diz que serão responsabilizados, diz que já identificou. Só está esperando Bolsonaro sair do governo. Esses grupos identificados serão responsabilizados", destacou Tales.

O jurista Wálter Maierovitch também participou do UOL News e falou sobre o assunto: "Se ele identificou, está tardando na decretação de prisão preventiva".

Maierovitch: Ação no Distrito Federal é terrorismo

Maierovitch também falou sobre os protestos bolsonaristas, realizados nesta segunda-feira (12) em Brasília, e disse que os atos seguem uma "matriz terrorista". Ele explicou que não é possível comparar essas ações com protestos de black blocs.

"Essas manifestações seguem a matriz terrorista. Manifestações black blocs terminam na ação e no dano causado. Mas esses casos que estamos assistindo seguem a matriz terrorista porque existe uma meta direta - que é criar intranquilidade, incendiar e causar dano - e uma segunda meta indireta, que é impedir a posse do presidente eleito. É atuar antidemocraticamente. Isso se caracteriza em terrorismo, que foi o que a gente assistiu", afirmou Maierovitch.

Os ataques começaram depois de o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, determinar a prisão temporária de José Acácio Serere Xavante, pelo prazo de dez dias, por suspeita de ameaça de agressão e de perseguição contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No entorno da sede da PF, uma movimentada área com shoppings, hotéis e empresas —inclusive de comunicação—, ônibus e carros foram incendiados e tiveram seus vidros quebrados.

Maierovitch: Bolsonaro faz falso silêncio para criar álibi, mas pode ser responsabilizado por ação no DF

Maierovitch também avaliou a responsabilidade de Jair Bolsonaro (PL) nesses atos. O presidente tem ficado em silêncio desde que perdeu a eleição, mesmo diante da continuidade de manifestações antidemocráticas. Segundo o jurista, Bolsonaro tenta criar um álibi.

"Bolsonaro está criando um álibi. Mas esse silêncio é falso. Ele quer criar um muro de proteção, dizer 'não estava lá, não participei, me mantive em silêncio'. Isso é criar um álibi para excluir a responsabilidade criminal", explicou o jurista.

"Ele pode ser responsabilizado. É uma omissão e apoio. O álibi significa estar distante, em outro lugar, mas é falso. Ele participa, porque esse silêncio é negativo, porque ele não reprova", concluiu.

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