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Após reportagens do UOL, MP Eleitoral pede cassação da chapa de Castro

Fachada da sede da Fundação Ceperj, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro - Reprodução/ Google Street View
Fachada da sede da Fundação Ceperj, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro Imagem: Reprodução/ Google Street View

Do UOL, no Rio

14/12/2022 17h56

O Ministério Público Eleitoral acusou hoje (14) o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e mais 11 aliados de abuso de poder político e econômico e conduta vedada. O MP pede ao TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) a cassação da chapa de Castro, reeleita este ano.

A ação se baseia em uma série de reportagens investigativas do UOL.

O MP eleitoral pede:

  • Cassação dos registros ou diploma dos representados não eleitos e eleitos, respectivamente;
  • Declaração de inelegibilidade dos representados pelo período de 8 anos subsequentes à eleição;
  • Aplicação de multa, no patamar máximo fixado pela legislação eleitoral.

Castro e seu vice, Thiago Pampolha, correm o risco de não serem diplomados para seus cargos em janeiro — ou de serem cassados durante o mandato.

De acordo com as investigações, a Ceperj teve mais de 20 mil cargos que recebiam em uma folha de pagamento secreta. Na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o número gira em torno de 18 mil.

De acordo com o MP, a denúncia eleitoral não inviabiliza a denúncia na Justiça Comum.

Foram acusados, além de Castro:

  • O vice-governador eleito Thiago Pampola (União);
  • Os deputados estaduais eleitos Rodrigo Bacellar (PL), Leo Vieira (PSC), Bernardo Rossi (Solidariedade);
  • Os deputados federais eleitos Áureo Lídio (Solidariedade) e Max Lemos (PROS);
  • Allan Borges, subsecretário da Secretaria de Infraestrutura e Obras/RJ);
  • Os eleitos suplentes de deputado federal Marcus Venissius da Silva Barbosa (Podemos) e Gutenberg Fonseca (PL);
  • Patrique Welber, secretário de Trabalho e Renda;
  • Danielle Barros, secretária de Cultura e Economia Criativa.

A ação afirma que o esquema, considerado ilegal, foi custeado por recursos obtidos no leilão da Cedae.

O MP avalia que operavam em duas frentes:

  1. "Utilização abusiva e eleitoreira da Ceperj (desvios de projetos como Esporte Presente, Casa do Trabalhador, RJ para Todos e Cultura para Todos)"
  2. "Uso abusivo e eleitoreiro da Uerj, que incluiu projetos como o Observatório Social da Operação Segurança Presente"

O que a reportagem exclusiva do UOL revelou?

Na Ceperj:

Na Uerj:

  • 11 secretarias ou órgãos do governo do Rio de Janeiro injetaram mais de R$ 500 milhões em 18 programas com folhas de pagamento secretas --sem transparência--, com indícios de saques em dinheiro vivo na boca do caixa e emprego de aliados políticos.
  • Um dos programas empregou aliados políticos do deputado estadual Rodrigo Bacellar (PL), com salários de até R$ 16 mil. Ele é apontado como um dos articuladores dos cargos secretos na Ceperj.
  • A universidade modificou uma norma interna para permitir contratações sem transparência, com remuneração de até R$ 32 mil em um só mês. Com a atualização, pessoas do "núcleo estruturante" -- com remunerações mais altas -- não precisam passar por processo seletivo. Não há documentos públicos que esclareçam como a universidade definiu as remunerações.