Disputa entre PT nacional e do CE cria impasse sobre ministro da Educação
Lula convidou para assumir o MEC o ex-governador e senador eleito Camilo Santana (PT-CE), que preferia comandar outra pasta e deixar a governadora do Ceará, Izolda Cela (sem partido), chefiando a Educação.
Entenda o impasse
- O PT nacional considera o MEC estratégico (leia-se orçamento grande) e quer que fique com o partido.
- Izolda era do PDT. É verdade que apoiou o PT na eleição no Ceará, mas não se filiou ao partido.
- Camilo preferia chefiar outro ministério: Desenvolvimento Regional ou Cidades.
- Mas ouviu de Lula que essas pastas devem ficar com outros partidos (MDB, PSD e União Brasil). É preciso acomodar aliados.
- O recado do presidente eleito a Camilo foi claro: é o MEC ou nada.
Camilo deve aceitar ficar com a vaga no MEC para não perder a "cadeira do Ceará".
Na lógica de composição ministerial em Brasília, para além das cotas partidárias, há ainda a cota por estado, e era consenso entre os aliados que o Ceará teria uma só cadeira na esplanada.
Assumindo o MEC, Camilo deve nomear Izolda para coordenar alguma área da educação básica e, assim, desenvolver um trabalho inspirado na educação de Sobral (CE) e depois expandido para o Ceará.
A base do PT no Ceará está de acordo e também quer o ex-governador na pasta para que ela fique sob comando cearense.
E a diversidade? Além da larga experiência de Izolda na educação, a escolha dela também contribuiria para a prometida diversidade no corpo ministerial de Lula
Até o momento, o presidente eleito indicou apenas uma mulher para liderar ministério: a cantora Margareth Menezes para a Cultura.
Quem é Izolda Cela?
Vice de Camilo nos dois mandatos do petista à frente do Ceará (2015-2022), Izolda foi preterida dentro do PDT para concorrer à sucessão no meio do ano. Já governadora, ela deixou o partido e fez campanha pela eleição de Elmano de Freitas (PT).
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