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MDB evita 'gastar' ministério com Tebet; Lula avalia possibilidades

Tebet e Lula em agenda de campanha do ex-presidente em Juiz de Fora (MG) - Ricardo Stuckert
Tebet e Lula em agenda de campanha do ex-presidente em Juiz de Fora (MG) Imagem: Ricardo Stuckert

Do UOL, em Brasília

17/12/2022 04h00Atualizada em 18/12/2022 09h19

Se o presidente eleito for nomear a senadora Simone Tebet (MDB-MS) para um de seus ministérios, provavelmente terá de usar da "cota pessoal" de nomes.

Em disputa interna por espaço no governo, os partidos não querem "gastar" um nome das suas cotas com pessoas que são preferência direta do presidente.

Por enquanto, fala-se de Lula aumentar o número de ministérios para 35 pastas.

As negociações, no momento, estão assim:

  • 12 a 15 para a federação PT-PCdoB-PV
  • 10 para os outros partidos da aliança (PSB, PSOL-Rede, Solidariedade, Pros, Avante e Agir)
  • 2 a 3 para o MDB
  • 2 para o PSD
  • 2 para o União Brasil
  • 3 a 6 a serem negociados

Questão Tebet

Rival de Lula no primeiro turno, a senadora, que tem forte interlocução entre o agro e setores conservadores, mergulhou de cabeça na campanha petista no dia seguinte ao segundo turno.

Ela chegou a ser cotada para Agricultura e Educação, mas está a um passo de assumir o Desenvolvimento Social.

Já o MDB teria ao menos dois nomes e está dividido:

  • Renan Calheiros (MDB-AL), líder no Senado, articula pelo filho, senador Renan Filho (MDB-AL), em Minas e Energia.
  • Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder na Câmara, busca indicar Desenvolvimento Regional ou Cidades, em acordo com o governador Helder Barbalho (MDB-PA).
  • Nenhum deles considera indicar Tebet.
  • O presidente da sigla, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), por sua vez, diz que Tebet entra na conta do MDB e que a situação está resolvida.

Ao UOL, parlamentares do MDB dizem que isso será resolvido rapidamente, mas que a decisão deverá ficar com as casas.

Apesar dos diálogos de Baleia com a presidente petista Gleisi Hoffmann, Renan tem mais força junto a Lula.

Entre os aliados, segue dado que ela será ministra, só se especula como.

Uma saída, dizem, seria indicá-la ao Ministério do Meio Ambiente, atribuída atualmente a Marina Silva (Rede-SP), o que poderia criar mais um problema para a base lulista.

Lula (PT) recebe apoio de lideranças do PSD durante a campanha: Fávaro, Paes, Otto e Silveira - Ricardo Stuckert - Ricardo Stuckert
Lula recebe apoio de lideranças do PSD na campanha: Fávaro, Paes, Otto e Silveira
Imagem: Ricardo Stuckert

Questão Fávaro

O mesmo imbróglio envolve o senador Carlos Fávaro (PSD-MT), indicado para o Ministério da Agricultura.

Um dos primeiros nomes do agro a apoiar Lula, teve grande força entre empresários do Centro-Oeste, reduto bolsonarista onde Lula teve o pior desempenho.

Na mesma complicação, seu nome não é preferido pelo PSD, se for para escolher apenas dois:

  • O senador derrotado Alexandre Silveira (PSD-MG) seria a escolha do presidente Gilberto Kassab para compor um ministério mais robusto, como Infraestrutura ou Cidades.
  • O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) é o nome do prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) para assumir o Turismo.
  • Os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Omar Aziz (PSD-AM) também têm influência e devem opinar.

Uma saída dependeria de Lula desmembrar a Infraestrutura e criar Transportes, uma pasta menor. Kassab e o PSD "cobrariam" um ministério a mais e tentariam alocar os três.

Errata: este conteúdo foi atualizado
O nome do senador Alexandre Silveira (PSD-MG) foi grafado erroneamente como Alexandre Vieira. O texto foi corrigido.