Explosivo em caminhão: o que se sabe sobre a ação terrorista em Brasília
Um homem foi preso e confessou ter montado um artefato explosivo, e um segundo suspeito foi identificado pela polícia.
O que se sabe
- A Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada na manhã do último sábado (24) para uma ocorrência envolvendo um "artefato explosivo"
- A bomba estava conectada a um caminhão de querosene, próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, e foi encontrada pelo motorista do caminhão
- O esquadrão antibomba foi acionado e desativou o artefato
- O paraense George Washington Souza, 54 anos, foi preso na tarde de sábado e, segundo a polícia, confessou ter montado a bomba
- O suspeito foi autuado por crime contra o Estado, porte e posse de arma de fogo. Em seu apartamento, foram encontrados explosivos, armas diversas e um fuzil
- George teve a prisão preventiva decretada e polícia apura se ele recebeu ajuda em seu plano
O que o suspeito disse em depoimento
- Segundo o chefe da Polícia Civil do DF, Robson Candido, George Washington Souza declarou ser bolsonarista e ser o responsável pelo artefato
- Em depoimento, ele afirmou que havia planejado a ação no aeroporto a fim de chamar a atenção de outros apoiadores de Jair Bolsonaro contra a eleição de Lula
- George viajou do Pará ao Distrito Federal no início de novembro e frequentou o acampamento em frente ao quartel-general do Exército, onde acontecem atos antidemocráticos
- Ele disse ter agido junto de Alan Diego dos Santos, que não estaria mais em Brasília
- George disse aos agentes que o prenderam que esteve no acampamento de bolsonarista em frente ao Exército na sexta-feira (23) à noite e que lá ele deixou o artefato explosivo "já preparado" com Alan
Segundo familiares de George ouvidos pela reportagem, ele é dono de um restaurante que fica num posto de gasolina em Xinguara (a cerca de 800 km de Belém) e está desde o início de novembro em Brasília. Ele estava morando em um apartamento alugado, onde a polícia apreendeu armas e munições.
O suspeito tem registro de CAC (caçador, atirador e colecionador), mas as armas estavam "fora das normas". Ele será multado por porte ilegal, segundo informou o chefe da Polícia.
Ele tinha registro de colecionador e todas as armas estão no nome dele. No entanto, não há autorização para transitar com essas armas livremente. A situação se agrava porque ele foi do Pará para Brasília sem guia de autorização de transporte, disse a PC-DF ao UOL.
O valor gasto com as armas para o atentado planejado foi de R$ 170 mil, conforme disse George Sousa em depoimento à polícia.
O autor da bomba planejava que sua ação levasse à "decretação do estado de sítio", de acordo com a Folha de S.Paulo. Ele disse que a instalação de explosivos em pelo menos dois locais da capital federal tinha objetivo de "dar início ao caos".
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou a ação como "ato análogo ao terrorismo".
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o caso ocorrido no DF mostra "o terrível efeito do extremismo no Brasil" e que atos de segurança para a posse de Lula serão "antecipados".
Mais explosivos foram encontrados. Na tarde de domingo (25), a polícia achou artefatos explosivos em área de mata na cidade-satélite de Gama, localizada a cerca de 30 quilômetros de Brasília.
Eles foram neutralizados pelo esquadrão antibomba da Polícia Militar do DF por volta das 22h30.
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