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Briga na TV, top model e anti-Moro: quem é o secretário nacional de Justiça

Augusto de Arruda Botelho e Ana Claudia Michels - Marcus Leoni/Folhapress
Augusto de Arruda Botelho e Ana Claudia Michels Imagem: Marcus Leoni/Folhapress

Letícia Marques

Colaboração para o UOL

28/12/2022 04h00

Nascido e criado em São Paulo, Augusto Arruda Botelho (PSB), 45 anos, casado com a ex-modelo e médica Ana Claudia Michels e pai de Iolanda, Santiago e Téo, é formado em direito pela Faculdade de Direito da Universidade Paulista. Ele foi anunciado (20) pelo futuro ministro da Justiça, Flavio Dino (PSB-MA), como novo secretário nacional de Justiça do país.

Quem é o advogado?

  • Botelho é especialista em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra, em Portugal; especialista em Direito Penal pela Universidade de Salamanca, na Espanha; e mestrando em Direito Penal Econômico pela Fundação Getúlio Vargas.
  • No início de sua carreira, trabalhou no escritório de Márcio Tomaz Bastos, que foi ministro da Justiça durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
  • O advogado criminalista também é um dos fundadores e ex-presidente do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa).
  • Entre setembro de 2021 e março de 2022, Botelho foi colunista do UOL, escrevendo sobre questões jurídicas e políticas. Durante esse período, também atuou como comentarista do UOL News.
  • Já foi conselheiro da Human Rights Watch, organização que defende e realiza pesquisas sobre direitos humanos, e do Projeto Inocência, organização brasileira que luta contra as condenações de inocentes no país. Além disso, também integra o Projeto Rede Liberdade, que defende pessoas e organizações sociais alvos de violações de direitos fundamentais.
  • É membro do Grupo Prerrogativas e crítico ferrenho da Operação Lava Jato e do juiz Sérgio Moro. "Não é uma questão de ser contra a Lava Jato, mas contra abusos cometidos pelo Ministério Público e pelo Judiciário, seja na Lava Jato ou em outras ações. O combate à corrupção é uma das pautas mais importantes na política, ele precisa ser aperfeiçoado e continuar sendo feito", afirmou.
  • Ele defende publicamente a descriminalização das drogas no Brasil: "A política brasileira de drogas é uma catástrofe, vai na contramão da política de diversas democracias do mundo. Serve muito mais para acentuar o grave problema da seletividade penal e encarcerar cada vez mais o real cliente do sistema carcerário brasileiro: o jovem, negro, pobre, primário", escreveu.
  • Foi sondado por partidos como o PT, o PSD e o PSB para se lançar candidato e, no fim, se filiou ao PSB junto com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e concorreu a deputado federal nas eleições deste ano, mas não foi eleito.

Briga com Coppolla

Em seu currículo, também está a saída do programa "O Grande Debate", da CNN Brasil, em julho de 2020, durante a pandemia de covid-19. O advogado, considerado liberal, se desentendeu com o comentarista Caio Coppolla, conservador. À época, ele informou, pelas redes sociais, que a decisão se deu pelo nível do enfrentamento ocorrido no programa.

O enfrentamento foi intenso e acima do tom, que precisou ser interpelado pela mediadora Monalisa Perrone. O motivo da discussão foi devido à necessidade de lockdown. Enquanto Botelho entendia que era necessário, devido ao número de internações, Coppolla não concordou e chamou os argumentos do oponente de "populistas".

Em sua rede social, o advogado disse que seguiria com o trabalho de análises de fatos, "e não em delírios ou achismos". A saída não foi apenas pelo fato da noite, mas pela tensão que se repetia desde que o advogado assumiu o lugar que era de Gabriela Prioli.

Conversa com Monark

Também foi durante uma conversa com Botelho que o apresentador do "Flow Podcast" Monark fez declarações que viralizaram. Ele questionou se ter uma opinião racista seria crime.

Não, Monark, uma opinião racista pode ser um crime de injúria racial, por exemplo.
Posso te dar outros exemplos.

-- Augusto de Arruda Botelho (@augustodeAB) October 26, 2021

Se a opinião se tornar pública sim, pode ser um crime. Se ela ficar só na cabeça de quem pensa assim deveria ser motivo de profunda vergonha e um convite à reflexão.

-- Augusto de Arruda Botelho (@augustodeAB) October 26, 2021

Com a repercussão negativa do questionamento de Monark, ele tentou se defender, afirmando que as pessoas queriam "criminalizar o pensamento".

Querem criminalizar o pensamento. Muito perigoso isso. Autoritarismo começa assim.

-- ? Monark (@monark) October 26, 2021