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Bolsonaro nomeia mais de 40 aliados a cargos estratégicos no fim da gestão

Do UOL, em São Paulo

21/12/2022 04h00Atualizada em 21/12/2022 13h07

Recluso desde que perdeu as eleições para Lula, o presidente tem agido para nomear aliados em cargos estratégicos. Segundo levantamento feito pelo UOL no Diário Oficial da União, desde o fim do segundo turno Bolsonaro nomeou ao menos 42 pessoas.

Duas delas vão à Comissão de Ética Pública, cuja nomeação não pode ser desfeita. A Comissão é responsável por analisar casos de potencial conflito de interesses e desvios de ocupantes de cargos de confiança. São mandatos de três anos, renováveis.

Ontem, a 11 dias do fim do governo, o diretor-geral da PF (Polícia Federal), Márcio Nunes de Oliveira, foi designado para a função de adido policial federal na Embaixada do Brasil em Madri, na Espanha, pelo prazo de três anos.

As vagas são de comissões e conselhos, diplomatas, adidos e militares.

Quem mais Bolsonaro nomeou nesta reta final?

Bolsonaro também nomeou diretores para agências reguladoras, como a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) —nestes casos, no entanto, os nomes passaram antes pelo crivo do Senado.

Lula pode desfazer essas trocas?

Em alguns casos, sim. Ele pode, por exemplo, mexer em todos os cargos militares e relacionados ao Ministério de Relações Exteriores a qualquer momento e sem justificativa, menos no diretor-geral da Junta Interamericana de Defesa pelo prazo de dois anos.

A decisão sobre a manutenção de Machado na Embratur ano que vem também caberá ao petista, que tem a prerrogativa de exonerar presidentes de autarquias. Mesmo caso de Porciuncula, por se tratar de um cargo no primeiro escalão do governo.

O futuro presidente, no entanto, não poderá desfazer as trocas na Comissão de Ética nem no CNE. Nos cargos com prazo estabelecido, a substituição só ocorre com justificativa plausível ou por vontade do servidor.