Dino escolhe chefe da PRF para apaziguar corporação após crises
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, optou pelo secretário de Transparência do Espírito Santo, o policial rodoviário Edmar Camata, para ser o diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Além dele, Dino anunciou hoje outros nomes para a sua equipe em órgãos ligados ao Ministério da Justiça:
- Augusto Botelho, advogado criminalista e candidato a deputado federal derrotado, será secretário Nacional de Justiça.
- Ricardo Saadi, delegado, irá comandar a Dicor (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal).
- Ademir Dias Cardoso Junior, será diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação na PF.
- André Luis Lima Carmo, será diretor de Administração e Logística na PF.
- Guilherme Monseff de Biagi, será diretor de Gestão de Pessoas na PF.
- Helena de Rezende, será corregedora-geral da PF.
- Humberto Freire de Barros, será diretor de Amazônia e Meio Ambiente na PF.
- Luciana do Amaral Alonso Martins, será diretora de Ensino na PF.
- Luiz Eduardo Navajas Telles Pereira, será chefe de Gabinete da PF.
- Otávio Margonari Russo, será diretor de Combate a Crimes Cibernéticos na PF.
- Roberto Reis Monteiro Neto, será diretor técnico-científica da PF.
- Rodrigo de Melo Teixeira, será diretor de Polícia Administrativa na PF.
- Rodrigo Morais Fernandes, será diretor de Inteligência da PF.
- Valdecy Urquiza, será diretor de Cooperação Internacional da PF.
Novo comando da PRF
O nome que mais chamou a atenção foi o do comandante da PRF. Nos últimos meses, a corporação passou por crises:
- O atual diretor, Silvinei Vasques, é réu por improbidade por usar o cargo em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL), que era candidato à reeleição.
- No dia das eleições, a PRF concentrou ações para fiscalizar ônibus no Nordeste, maior fatia do eleitorado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
- Depois das eleições, quando bolsonaristas bloquearam rodovias e pediram um golpe militar, a PRF não conseguiu impedir ou liberar as estradas nos primeiros dias.
- No governo Bolsonaro, uma equipe da PRF matou um homem asfixiado no Nordeste.
- A PRF participou de uma operação fora das rodovias no Rio Janeiro, na qual 25 pessoas foram mortas.
- A corporação sofreu pressão do filho "03" do presidente, Eduardo Bolsonaro, por abordar pessoas armadas que seriam atiradores desportivos "pouco importa o trajeto e o horário".
Dino falou que as crises na PRF ficarão no passado. "Esses episódios passados não se repetirão", afirmou ele.
O futuro ministro disse que a primeira reunião com o chefe da PRF será na próxima segunda-feira (26), depois do Natal, quando será discutida a proteção das rodovias antes e durante a posse. "Não haverá nenhum tipo de interrupção de rodovias no que se refere a Brasília."
Missão de Camata
É nesse clima que Edmar Camata chega para dirigir a PRF.
"É uma pessoa que tem amplo conhecimento da instituição, uma vez que já a integra há 18 anos e, ao mesmo tempo, tem experiência de gestão", disse Dino.
E a escolha de Camata leva em conta essa ideia de aperfeiçoamento gerencial dessas instituições para que elas possam obedecer os princípios da economicidade e eficiência
Flávio Dino, futuro ministro da Justiça
Segundo o UOL apurou, sua missão é apaziguar os ânimos dentro e fora da corporação. Dessa forma, a ideia é manter o trabalho de patrulhamento das rodovias dentro dos limites.
Com isso, a imagem de respeitabilidade perante a população pode ser recuperada, avaliam policiais ouvidos pela reportagem nos últimos dias. Edmar Camata é sobrinho do ex-senador e ex-governador Gérson Camata (1941-2018).
Ligação com o governo do ES
Camata trabalha com o governador Renato Casagrande (PSB), do mesmo partido do futuro ministro Flávio Dino. Na semana passada, Edmar esteve com o futuro ministro do governo Lula.
O policial foi candidato a deputado estadual pelo PSB. É formado em direito e mestre em políticas anticorrupção e especialista em gestão em segurança pública. Foi policial rodoviário nas estradas, fazendo patrulhamento.
Edmar ajudou a criar o MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), participou do "Unidos contra Corrupção". Ele participou ativamente na campanha "10 Medidas Contra a Corrupção", impulsionada também por um inimigo do PT, o ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal eleito (Podemos-PR).
Nas redes sociais, ele defendeu a Operação Lava Jato. Edmar anunciou encontros com Deltan em 2017 com o então ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), o ex-juiz Sergio Moro, em março de 2017. Moro é senador eleito pelo União Brasil.
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