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Dino escolhe chefe da PRF para apaziguar corporação após crises

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

20/12/2022 17h15Atualizada em 20/12/2022 20h17

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, optou pelo secretário de Transparência do Espírito Santo, o policial rodoviário Edmar Camata, para ser o diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Além dele, Dino anunciou hoje outros nomes para a sua equipe em órgãos ligados ao Ministério da Justiça:

  • Augusto Botelho, advogado criminalista e candidato a deputado federal derrotado, será secretário Nacional de Justiça.
  • Ricardo Saadi, delegado, irá comandar a Dicor (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal).
  • Ademir Dias Cardoso Junior, será diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação na PF.
  • André Luis Lima Carmo, será diretor de Administração e Logística na PF.
  • Guilherme Monseff de Biagi, será diretor de Gestão de Pessoas na PF.
  • Helena de Rezende, será corregedora-geral da PF.
  • Humberto Freire de Barros, será diretor de Amazônia e Meio Ambiente na PF.
  • Luciana do Amaral Alonso Martins, será diretora de Ensino na PF.
  • Luiz Eduardo Navajas Telles Pereira, será chefe de Gabinete da PF.
  • Otávio Margonari Russo, será diretor de Combate a Crimes Cibernéticos na PF.
  • Roberto Reis Monteiro Neto, será diretor técnico-científica da PF.
  • Rodrigo de Melo Teixeira, será diretor de Polícia Administrativa na PF.
  • Rodrigo Morais Fernandes, será diretor de Inteligência da PF.
  • Valdecy Urquiza, será diretor de Cooperação Internacional da PF.

Novo comando da PRF

O nome que mais chamou a atenção foi o do comandante da PRF. Nos últimos meses, a corporação passou por crises:

Dino falou que as crises na PRF ficarão no passado. "Esses episódios passados não se repetirão", afirmou ele.

O futuro ministro disse que a primeira reunião com o chefe da PRF será na próxima segunda-feira (26), depois do Natal, quando será discutida a proteção das rodovias antes e durante a posse. "Não haverá nenhum tipo de interrupção de rodovias no que se refere a Brasília."

Missão de Camata

É nesse clima que Edmar Camata chega para dirigir a PRF.

"É uma pessoa que tem amplo conhecimento da instituição, uma vez que já a integra há 18 anos e, ao mesmo tempo, tem experiência de gestão", disse Dino.

E a escolha de Camata leva em conta essa ideia de aperfeiçoamento gerencial dessas instituições para que elas possam obedecer os princípios da economicidade e eficiência
Flávio Dino, futuro ministro da Justiça

Segundo o UOL apurou, sua missão é apaziguar os ânimos dentro e fora da corporação. Dessa forma, a ideia é manter o trabalho de patrulhamento das rodovias dentro dos limites.

Com isso, a imagem de respeitabilidade perante a população pode ser recuperada, avaliam policiais ouvidos pela reportagem nos últimos dias. Edmar Camata é sobrinho do ex-senador e ex-governador Gérson Camata (1941-2018).

Ligação com o governo do ES

Camata trabalha com o governador Renato Casagrande (PSB), do mesmo partido do futuro ministro Flávio Dino. Na semana passada, Edmar esteve com o futuro ministro do governo Lula.

O policial foi candidato a deputado estadual pelo PSB. É formado em direito e mestre em políticas anticorrupção e especialista em gestão em segurança pública. Foi policial rodoviário nas estradas, fazendo patrulhamento.

20.dez.2022 - Edmar Camata anuncia encontro com Moro - Reprodução/Facebook/Edmarcamata/20.mar.2019 - Reprodução/Facebook/Edmarcamata/20.mar.2019
"Parcerias importantes": Camata se reuniu com Moro em março de 2019
Imagem: Reprodução/Facebook/Edmarcamata/20.mar.2019

Edmar ajudou a criar o MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), participou do "Unidos contra Corrupção". Ele participou ativamente na campanha "10 Medidas Contra a Corrupção", impulsionada também por um inimigo do PT, o ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal eleito (Podemos-PR).

Nas redes sociais, ele defendeu a Operação Lava Jato. Edmar anunciou encontros com Deltan em 2017 com o então ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), o ex-juiz Sergio Moro, em março de 2017. Moro é senador eleito pelo União Brasil.