Golpistas impedem tentativa de acabar com acampamento no QG do Exército
Responsável pela prevenção de invasões no Distrito Federal, o DF Legal foi convocado para uma operação para desmontar o acampamento bolsonarista montado em frente ao comando do Exército em Brasília, mas foi expulso.
Os agentes foram cercados pelos manifestantes e precisaram de escolta da Polícia do Exército, que faz o patrulhamento do entorno de quartéis, para voltar para os carros, caminhões, caçambas e ônibus destacados para a operação.
Um carro ficou para trás e foi cercado por manifestantes golpistas. Houve discussão e o veículo foi atacado com socos e pontapés. O motorista fez uma arrancada brusca e derrubou uma pessoa, que não se feriu.
A decisão de abortar a operação partiu do Exército, responsável pela administração da praça em frente a seu quartel-general.
Como foi a ação
07h24
Três ônibus da Polícia do Exército estacionam ao lado do acampamento. Os soldados montam três formações e se encaminham para os fundos do acampamento em momentos alternados.
07h29
Os militares se reagrupam e a barreira que restringe o acesso de veículos à praça em frente ao QG do Exército é aberta. Em fila, 11 carros e uma van entram. Na mesma hora, os manifestantes de barracas próximas correm na direção deles.
07h36
O número de manifestantes cresce, muitos gravam a situação enquanto protestam contra os funcionários do DF Legal. Vários palavrões e ameaças são ditas e o governador Ibaneis Rocha (MDB) é xingado.
Acuados, os agentes não vão na direção das barracas, mas para trás da coluna de homens formada pela Polícia do Exército.
Neste momento, caçambas e caminhões do DF Legal estacionam ao lado acampamento. Os motoristas nem descem dos veículos.
07h38
A situação torna-se insustentável e os funcionários do DF Legal voltam para seus carros. Eles precisam ser escoltados pela Polícia do Exército.
Um cordão de militares fica na beira do meio-fio e não permite que nenhum manifestante entre na via.
Todos os veículos vão embora e os manifestantes golpistas se vangloriam do feito. Vídeo são gravados, lives são abertas. O Exército é exaltado e os manifestantes comemoram que eles e suas barracas foram protegidos pelos militares.
07h44
Um Toyota Etios para e o homem no banco do carona começa a filmar os manifestantes. Ele é rapidamente cercado, troca palavras com os manifestantes e promete ir embora.
Mas nesta hora o carro está sem condições de arrancar porque há pessoas por todos os lados. O clima fica mais tenso porque o carona desce e um manifestante afirma que ele está armado.
O carro recebe um chute na traseira que afunda a lataria. O homem volta para o Toyota Etios e o motorista pisa fundo no acelerador ameaçando arrancar. Ninguém arreda o pé.
O carro é chutado por todos os lados enquanto a Polícia do Exército não intervém. O veículo finalmente arranja uma brecha e sai. Mas não havia tanto espaço. Um manifestante é atingido e cai no asfalto. Susto! Mas ele se levanta na mesma hora
07h59
Os manifestantes se agrupam na parte frontal do acampamento e se vangloriam pelo feito. Um homem discursa falando que ninguém sairá do local enquanto Lula não seja afastado da Presidência.
Eles começam uma caminhada ao redor da praça em frente ao Exército. Nesta volta olímpica golpista mais impropérios são ditos contra a democracia.
Exército aborta a operação
A coordenação desta operação estava com o Exército, e por decisão do Exército suspendeu-se uma ação mais incisiva.
Júlio Danilo, secretário de Segurança do Distrito Federal
A decisão foi lamentada pelo comandante da Polícia Militar, coronel Fábio Augusto. "Nós tínhamos cerca de 500 policiais militares em condições [de retirar os manifestantes]."
Em nota, o Exército disse que suspendeu a retirada "no intuito de manter a ordem e a segurança de todos os envolvidos".
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