Gilmar fala em "monumental vexame"; Celso: símbolos foram "profanados"
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que a República foi exposta a um "monumental vexame" após as invasões de terroristas bolsonaristas à sede da Corte, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.
Em nota, o ministro aposentado Celso de Mello, que se aposentou em 2020, afirmou que símbolos do regime democrático foram "gravemente profanados" por delinquentes em um ato de ataque à integridade do Estado de Direito.
As manifestações se somam à dura posição da ministra Rosa Weber, presidente do STF, que afirmou não se intimidar pelos atos de violência, e do ministro Alexandre de Moraes, que disse que os envolvidos pelos ataques serão responsabilizados.
"Os atos de barbárie aos quais acabamos de assistir mancharam nossa história e nos envergonham perante a comunidade internacional de nações", afirmou Gilmar Mendes.
Para o decano, a execução dos ataques "não nasceu por abiogênese". "É uma comunhão de esforços criminosos: alguns executaram, outros tantos financiaram, planejaram, estimularam. Se uns atuaram, muitos outros ajudaram pela omissão", disse.
O ministro cita ainda que a responsabilidade pelos ataques recai sobre autoridades que deveriam atuar para combater o "neofascismo tupiniquim".
Gilmar menciona que o país passou "por um ou dois setembros impatrióticos" até os acampamentos bolsonaristas nas portas de quarteis, passando pelos atos de vandalismo em Brasília após a diplomação do presidente Lula (PT) e a tentativa de explodir uma bomba dias antes da posse do petista.
Nossas instituições, todavia, não morreram. Quem morre várias vezes em vida é apenas o covarde, nos recorda o Bardo. Sim, aqueles omissos que hoje estão com as mãos sujas. Morreram moralmente. Párias que são, apequenaram-se por motivos mais irrelevantes que suas respectivas insignificâncias"
Gilmar Mendes, decano do STF
Celso de Mello: "símbolos foram profanados por delinquentes"
O ministro aposentado Celso de Mello também divulgou nota durante a noite afirmando que os ataques são resultado de "pessoas retrógradas e despreparadas" movidas por sentimento "desprezível e irracional de ódio e intolerância".
Os símbolos da República e do regime democrático foram gravemente profanados por delinquentes que, movidos por um sentimento desprezível e irracional de ódio e de intolerância, não hesitaram em dessacralizar, com atos criminosos e atentatórios à integridade do Estado de Direito, o sentido mais elevado da supremacia da Constituição e das leis que regem uma sociedade civilizada!"
Celso de Mello, ministro aposentado do STF
Celso defendeu uma reação "com vigor e determinação" para apurar a invasão e responsabilizar as "mentes autoritárias e de pessoas infensas ao primado da ideia democráticas".
"[Pessoas] que agem movidas por inaceitáveis tentações autoritárias e por práticas abusivas e sediciosas que degradam, deformam e deslegitimam o sentido democrático das instituições e a sacralidade da própria Constituição!", afirmou.
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