Posse de ministra tem referência a Marcela Temer: 'não somos recatadas'
A deputada federal eleita Célia Xakriabá (PSOL-MG) apresentou Sonia Guajajara durante a cerimônia de posse dela como a ministra dos Povos Originários.
Em seu discurso, ela ironizou a frase "bela, recatada e do lar", utilizada pela revista Veja para falar da ex-primeira-dama Marcela Temer em 2016.
Somos mulheres parteiras, benzedeiras, ministras politizadas, fazemos enfrentamento, embora não sejamos belas ou recatadas. Não somos recatadas, muitas vezes nem estamos ou somos do lar, temos um pé no chão da aldeia e o outro do lado de cá."
Célia Xakriabá
Antes do início do evento, indígenas fizeram uma apresentação de celebração. O hino nacional foi entoado na língua Tikuna.
Além de Guajajara, Anielle Franco também toma posse do cargo de ministra da Igualdade Racial.
"Indígena e não mais indigenista". Em discurso de posse, Sonia afirmou que é o começo de uma política indígena e não mais indigenista, ou seja, as medidas serão tomadas por indígenas para indígenas.
A ministra afirmou a importância da ancestralidade, falou sobre meio ambiente, saúde, educação e cobrou resolução do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, além de lembrar de ativistas indígenas assassinados e a situação dos yanomami.
Saibam que este Ministério chega comprometido com tudo isso e a promoção de política indígena, não mais política indigenista, em todo território nacional, com o potencial de fazer frente as mazelas que tomaram nossos corpos, memórias e vidas".
Sonia Guajajara
Mais de mil pessoas. As filas para acompanhar a cerimônia começaram a se formar por volta das 15h, duas horas antes do horário previsto. Segundo a organização, mais de mil pessoas eram esperadas no Salão Nobre do Palácio do Planalto.
Como ocorreu na posse de Marina Silva no Meio Ambiente, um telão com transmissão ao vivo foi montado no térreo do palácio para acomodar os que não couberam no salão.
Últimas a tomar posse. Sônia e Anielle seriam empossadas na segunda-feira (9), mas os atos golpistas no domingo (8) em Brasília fizeram com que a agenda fosse reorganizada para hoje. As ministras são as últimas a tomar posse no novo governo Lula (PT).
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