3 refeições, banheiro, gramado: como estão os bolsonaristas levados à PF
Centenas de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) detidos pela Polícia Federal foram levados à Academia Nacional de Polícia para uma triagem de investigação do órgão.
Instalados dentro de uma quadra poliesportiva coberta e com amplo gramado aberto, os detentos e seus advogados reclamam de falta de direitos humanos. O UOL Notícias esteve ontem na porta da Academia Nacional de Polícia e ouviu de diferentes advogados que as condições oferecidas aos suspeitos eram "terríveis". Antes, vídeos já circulavam pelas redes sociais com queixas.
A advogada Nalva Brito afirmou que o local está "parecendo um campo de concentração nazista". "É comida estragada, maus-tratos", disse a respeito do tratamento da PF, que disponibilizou bicicleta ergométrica aos detentos.
O holocausto foi o genocídio, comandado por Adolf Hitler, que matou 6 milhões de judeus em campos de concentração, onde havia trabalho forçado, torturas e câmaras de gás.
Além da comparação descabida, um vídeo obtido pelo UOL Notícias por um advogado que esteve dentro do alojamento da Polícia Federal mostra um amplo espaço aberto, onde é possível ver:
- barracas;
- pessoas conversando;
- outras sentadas embaixo de árvores;
- dentro da quadra coberta, pessoas aparecem sentadas em cadeiras de praia e nas arquibancadas.
Há dois banheiros masculinos e dois femininos de ginásio, com espaços privados, segundo relato de advogados que estiveram dentro do local.
O ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou ontem que a prisão não era "colônia de férias". Mesmo assim, o interventor federal Ricardo Cappelli disse "que na Polícia Federal eles estão muito bem cuidados, serão respeitados e terão todos seus direitos garantidos".
O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública contou ainda que os suspeitos estão recebendo café da manhã, almoço, jantar e auxílio de um hospital de campanha montado pelo Corpo de Bombeiros.
Como era no QG do Exército?
A maioria das pessoas levadas à academia da PF estava no acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. Segundo os cálculos da polícia, 300 foram detidos na Praça dos Três Poderes no domingo e 1.200, no QG, no dia seguinte.
O agrupamento no Exército começou no fim de outubro, quando Bolsonaro perdeu as eleições. Manter milhares de pessoas durante mais de dois meses exigiu infraestrutura para garantir o atendimento de necessidades básicas.
O acampamento se mantinha com um esquema que envolvia caminhões-pipa enchendo as caixas d'água todas as manhãs, geradores garantindo energia elétrica e serviço de limpeza providenciado por servidores públicos.
Havia um gramado, que desapareceu e fez com que um lamaçal se formasse sempre que chovia;
Nas passagens pelo local, o UOL também viu que:
- Os golpistas dormiam em barracas. Parte deles tinha as suas;
- Empresários bancaram tendas para os demais passarem a noite;
- Havia dois restaurantes que garantiam três refeições diárias: café da manhã, almoço e jantar --além de lanches, como cachorro-quente;
- Os acampados usavam banheiros químicos de uso partilhado que eram malcheirosos e quentes;
- Chuveiros eram improvisados.
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